sábado, setembro 21, 2024
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Toffoli reverte anulação de júri e manda prender réus



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli determinou, nesta segunda-feira (2), a prisão imediata dos quatro condenados por incêndio em Boate Kiss, em Santa Maria (RS). Uma tragédia ocorreu em janeiro de 2013. Na ocasião, 242 pessoas morreram e mais de 600 morreram.

Toffoli acatou os recursos apresentados pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul e pelo Ministério Público Federal (MPF) para anular as decisões da Justiça do Rio Grande do Sul e da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que suspenderam as condenações.

Nas instâncias inferiores, as defesas dos acusados ​​obtiveram anulares as sentenças ao alegarem que as condenações pelo Tribunal do Júri, ocorridas em 2021, foram repletas de nulidades.

Entre os pontos questionados, estão a realização de uma reunião reservada entre o juiz e o conselho de sentença, sem a presença do MP e das defesas, e o sorteio de jurados fora do prazo legal, informado a Agência Brasil.

Toffoli considerou que as supostas ilegalidades apontadas pelos advogados deveriam ter sido contestadas durante o julgamento. Para o ministro, anular a decisão “viola diretamente a soberania do Júri”.

“Desse modo, tenho por violado o preceito constitucional da soberania dos veredictos, ao se considerar nulidade de tudo inexistente e preclusa”, escreveu Toffoli.

O magistrado distribuído também que o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) prossiga no julgamento das questões de detalhes contidas nas apelações dos réus.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu o restabelecimento da notificação imposta pelo tribunal do júri em parecer enviado ao Supremo.

Com a decisão, voltam a valer as condenações de: Elissandro Spohr, sócio da boate (22 anos e 6 meses); Mauro Hoffmann, sócio da boate (19 anos e 6 meses); Marcelo de Jesus Santos, vocalista da banda que se apresentou no dia do incêndio (18 anos); e Luciano Bonilha Leão, auxiliar de banda (18 anos).

Entenda os desdobramentos após o julgamento do caso da Boate Kiss

Em dezembro de 2021, os quatro acusados ​​foram condenados por homicídio simples com dolo eventual. Porém, a 1ª Câmara Criminal do TJ-RS aceitou recurso protocolado pela defesa dos acusados ​​e conheceu nulidades processuais ocorridas durante o tribunal do júri. Os quatro acusados ​​foram soltos em agosto de 2022.

Em setembro de 2023, a Sexta Turma do STJ manteve a anulação do júri. Com isso, as penas dos acusados ​​perderam a validade e novos julgamentos deveriam ser marcados.

Um novo júri chegou a ser marcado para fevereiro deste ano, mas Toffoli acatou um recurso do MP-RS e suspendeu o julgamento, até que a Corte analisasse os recursos extraordinários interpostos.

Após a decisão do STJ, a PGR recorreu ao Supremo, requerendo o restabelecimento das condenações. No parecer enviado ao STF, a subprocuradora Claudia Sampaio Marques argumentou que as supostas ilegalidades ocorridas durante o julgamento dos acusados ​​deveriam ter sido apontadas durante a sessão do júri.

Marques também afirmou que a anulação do julgamento promove a revitimização dos familiares dos mortos. Ao analisar o caso, Toffoli derrubou as supostas nulidades apontadas pelas defesas. O ministro recente com a PGR e afirmou que os questionamentos deveriam ter sido feitos durante o julgamento no TJRS.



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