O empresário bilionário e magnata imobiliário Frank McCourt disse na quarta-feira que está formando um consórcio para comprar os negócios da TikTok nos EUA, aumentando o número de investidores que esperam se beneficiar de uma nova lei federal que exige que a controladora da TikTok, com sede na China, venda a popular plataforma ou enfrentar uma proibição.
McCourt está organizando a licitação em consulta com o banco de investimento Guggenheim Securities e “com o objetivo de colocar as pessoas e a capacitação de dados no centro do design e propósito da plataforma”, de acordo com um anúncio no site de sua iniciativa Project Liberty.
Se ocorrer uma venda, o ex-proprietário do Los Angeles Dodgers disse que planejaria reestruturar o TikTok e dar mais agência às pessoas “sobre suas identidades e dados digitais”, migrando a plataforma para um protocolo de código aberto que permite mais transparência.
McCourt disse que não usa o TikTok pessoalmente, mas seus negócios e iniciativas focadas na Internet, sim. A oferta é uma extensão de seu interesse de longa data em refazer a Internet com melhores proteções de privacidade de dados, um esforço no qual ele está focado por meio do Projeto Liberty. Ele fundou o projeto “para construir uma nova arquitetura cívica digital para uma Internet mais segura e saudável”, segundo o site da organização.
Até agora, a sua visão de refazer o TikTok recebeu o apoio de Jonathan Haidt, um conhecido psicólogo social cujo livro recente “The Anxious Generation” centra-se na forma como os smartphones e as redes sociais contribuíram para uma crise de saúde mental entre os jovens.
“Achamos que esta era uma oportunidade realmente fantástica para acelerar a criação de uma Internet alternativa”, disse McCourt à Associated Press em entrevista.
Outros investidores, incluindo o ex-secretário do Tesouro Steven Mnuchin, expressaram o desejo de comprar o TikTok. No entanto, a controladora ByteDance já disse que não pretende vender a plataforma. Alguns especialistas também observaram que é improvável que o governo chinês aprove uma venda – especialmente aquela que inclui o mecanismo de recomendação que alimenta os vídeos que preenchem os feeds dos usuários.
McCourt disse que não está interessado no algoritmo atual do TikTok porque os mecanismos de recomendação “de cima para baixo” entram em conflito com sua visão de como tais plataformas deveriam ser gerenciadas. Ele também acha que a ByteDance venderá os negócios da TikTok nos EUA em algum momento.
Por enquanto, porém, a empresa tem lutado contra a lei aprovada no mês passado, que perturbaria um dos seus mercados mais lucrativos.
Na semana passada, ByteDance e TikTok entraram com uma ação contra o governo dos EUA para impedir a entrada em vigor da lei. Na terça-feira, oito criadores do TikTok apresentaram sua própria contestação, argumentando que a lei viola seus direitos da Primeira Emenda à liberdade de expressão.
A empresa também vem travando uma batalha legal em Montana para bloquear uma lei estadual que proibiria a plataforma de compartilhamento de vídeos.
Na terça-feira, os usuários do TikTok, de Montana e o estado de Montana concordaram em suspender um processo que contesta a constitucionalidade da primeira proibição de Montana no país enquanto os processos federais são decididos.
A lei de Montana, que foi temporariamente bloqueada antes de entrar em vigor em 1º de janeiro, seria anulada se uma empresa que não estivesse sediada em um país designado como adversário estrangeiro adquirisse a TikTok.
McCourt vale US$ 1,4 bilhão, segundo a Forbes. Ele vendeu os Dodgers por US$ 2 bilhões em 2012 para a Guggenheim Baseball Management. Em 2016, comprou o clube de futebol francês Marselha.
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Amy Beth Hanson em Helena, Montana, contribuiu com reportagens.