quinta-feira, janeiro 23, 2025
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Governo dá ultimato à greve das Federais e irrita sindicato: “autoritarismo”



O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos descartou a possibilidade de continuar as negociações sobre o reajuste salarial dos professores federais em greve, e executou a assinatura de um acordo até a próxima segunda (27). Em e-mail enviado aos sindicatos, a pasta reafirmou que a proposta final foi apresentada em uma reunião no dia 15 de maio, estabelecendo reajuste de 4,5% ao ano para 2025 e 2026.

A posição do governo irritou o comando grevista do Andes, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. A entidade classificou o ultimato do ministério como “autoritarismo”.

“Esclarecemos que na reunião da mesa realizada no dia 15/05/2024, o governo apresentou sua proposta final e foi acordado com as entidades representativas dos servidores e servidores, professores das universidades públicas federais, que a proposta seria submetida às assembleias da categoria e que a reunião do dia 27/05 seria convocada para assinatura do Termo de Acordo, não restando, portanto, margem para recepção de novas contrapropostas”, afirmou o ministério.

Os servidores reivindicam aumento já em 2024, com readequação de 7,06%, seguido de 9% em janeiro de 2025 e 5,16% para 2026.

O presidente dos Andes, Gustavo Seferian, decidiu manter a paralisação e criticou a proposta do governo.

“Quando o governo passa a agir de forma ultimatista, fere princípios elementares do movimento sindical e da negociação coletiva. Queremos negociar, seguir um bom compasso de partilhas entre propostas e contrapropostas que se distribuem na greve, e caso a base da categoria entenda por apresentar uma nova contraproposta, será essa nossa ação no dia 27 de maio”, pontuou.

Em nota, o Ministério da Gestão reiterou que o email teve como objetivo reafirmar o entendimento já estabelecido com as entidades. O Ministério da Educação (MEC) afirmou estar sempre aberto ao diálogo pela valorização dos servidores, embora a postura da gestão tenha gerado insatisfação entre os grevistas.

Professores de universidades, centros de educação tecnológica e institutos federais das cinco regiões do país iniciaram uma greve em 15 de abril, exigindo recomposição salarial e investimentos nas instituições, que alegam ter sido sucateadas durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Desde então, mesas de negociação têm ocorrido, com a participação do MEC e do ministério responsável pelos serviços públicos, mas todas as propostas foram rejeitadas pelos educadores.

Ari Loureiro, representante do Comando de Greve da Associação de Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa Seção Sindical), declarou que o grupo está com 58 instituições paralisadas e que “não vamos nos intimidar com uma declaração que não representa uma perspectiva democrática”.

Já Francieli Rebelatto, secretária-geral do Andes-SN, acrescentou que “a ameaça do governo reforçando ultimato para finalizar processo de negociação no dia 27, aprofunda o desrespeito do governo com os trabalhadores (as) da educação”.

A postura do governo tem sido vista pelos membros do sindicato como um fator que fortalece o movimento grevista e enfraquece o discurso pró-educação da administração petista. A expectativa agora se volta para o dia 27 de maio, data limite para a assinatura do acordo, enquanto os professores permanecerem firmes com as reivindicações.



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