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Italianos da Enel se encontram com ministro no Brasil – 23/05/2024 – Mercado


Uma delegação da Enel vinda da Itália chegou ao Brasil e teve um encontro rápido com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), nesta quinta-feira (23), em Brasília.

A reunião aconteceu num momento em que tramita um processo de caducidade (extinção do contrato) contra a companhia da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), aberto a pedido da pasta. No processo, o ministério cita um “histórico de falhas e transgressões” da empresa privada perante suas obrigações.

A Folha Apurou que, durante uma reunião, Silveira reforçou o que já tinha dito aos jornalistas, que se a companhia não faz investimentos na qualidade do serviço de distribuição de energia, ela “pode ​​dar tchau” ao país.

A Enel, por sua vez, apresentou um plano de investimentos no Brasil de R$ 18 bilhões para o período de 2024 a 2026, dos quais 80% serão destinados à distribuição de energia.

O projeto está focado no fortalecimento e modernização da rede, automação do sistema e ampliação da capacidade dos canais de comunicação com os clientes. O plano também contempla aumento do quadro de pessoal, que está em andamento.

Procurados, Enel e Ministério de Minas e Energia afirmaram que não comentam o assunto.

Presente em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Ceará, a Enel entrou na mira dos políticos após sucessivos apagões entre o fim de 2023 e o início deste ano, que se somaram a insatisfações dos consumidores com os serviços prestados.

No Rio de Janeiro, o contrato de concessão termina em 2026, ou seja, ainda durante o mandato atual de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em São Paulo, termina em 2028. Mirando o fim da concessão, o governo prepara um pacote com 20 medidas que abrem as regras para os contratos de distribuição de energia no país.

Uma das mais sensíveis ao mercado é a limitação da distribuição de dividendos ao mínimo previsto na Lei das Sociedades Anônimas em caso de descumprimento dos índices de qualidade estabelecidos, que precisam ser reservados em todos os bairros e áreas de concessão.

O pacote também prevê que os distribuidores devem comprovar anualmente saúde financeira para garantir a operação, por meio de um índice que leva em conta a relação entre lucro e dívida.

E em caso de interrupções no fornecimento de energia após eventos climáticos extremosa ideia é estabelecer tempo máximo de retorno da operação obrigatória.

Hoje, as empresas não fornecem previsões de retorno do sistema em casos como esses. A ideia é que haja uma mensuração para o estabelecimento de indicadores de retorno da operação mesmo com acidentes de maior gravidade.

Outro ponto que está em discussão para perdurar as regras de concessão é o uso do índice de satisfação dos consumidores para conceder incentivos econômicos.

O governo também quer obrigar a apresentação a cada cinco anos, com atualização anual, de plano de investimentos para melhoria dos serviços.

O ministério de Minas e Energia propõe ainda a obrigatoriedade de digitalização para facilitar o gerenciamento do consumo e a abertura do mercado; o atendimento às regras de trabalho da OIT (Organização Internacional do Trabalho) pelas distribuidoras, além do uso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para reajuste dos contratos.



FOLHA DE SÃO PAULO

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