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O que seria o Brasil sem ONGs e ativistas? – 24/05/2024 -Ana Fontes


Entre 2017 e 2018, as “notícias falsas” eram a expressão do ano. Esses anos passaram, mas os danos permanecem. Os negócios sociais, os ativistas de direitos humanos e os projetos culturais foram os mais impactados com essas falácias. Trabalhar para um mundo mais justo e igualitário para todos, desejar que todos tenham acesso a educação, saúde, comida na mesa e moradia virada “mimimi”.

Recentemente, fiz uma publicação no meu LinkedIn sobre esse tema que gerou muitos comentários. O Brasil é o 8º país mais desigual faça planeta; a riqueza está nas mãos de uma pequena parte da elite, enquanto outros se viram nos 30 para sobreviver com um salário mínimo por mês, e há aqueles que nem com isso podem contar.

Essa desigualdade não é apenas financeira. A qualidade da educação no Brasil enfrenta falta de infraestrutura, recursos e alta evasão escolar, e isso se agrava dependendo das regiões e classes sociais. O acesso à saúde, apesar da oferta universal de cobertura do SUS, não é suficiente para todos que precisam dele; e para aqueles que não podem esperar nas filas, simplesmente a conta não fecha. Agora tecnologias raça e gênero a esses problemas. É como não passar da fase do videogame, por mais que você treine e queira muito.

Por todos esses motivos e muitos outros, nascem coletivos, organizações sociais, OSCs e pessoas inquietas que se juntam para lutar por si mesmas e pelos outros. Quando trago essa pauta também para cá, não é para colocar empreendedores sociais em lugares de heroísmo individual, mas sim no coletivo.

Pode parecer difícil para algumas pessoas acreditarem, mas grande parte da população brasileira não está fazendo reserva de emergência porque está ocupada demais tentando sobreviver. E não, isso não é falta de mentalidade de dono, esforço, nem de mérito; o Brasil é uma máquina de mais dos mais pobres, e sinto que conversamos e agimos um pouco em relação a isso.

Minha recomendação às pessoas que duvidam da transformação social que esses projetos oferecem é: estudar, pesquisar, conversar com pessoas diretamente impactadas. Minha recomendação ao governo é: mais incentivos fiscais, acesso a recursos, capacitação, parcerias entre público e privado.

O terceiro setor não é perfeito e há muitas questões a melhorar, desenvolver e estruturar. Existem pessoas equivocadas, como em todos os lugares, mas não há como deslegitimar esse trabalho.

As organizações sociais são parte fundamental da sociedade, e é por meio de muitas delas que enfrentamos as desigualdades deste país —algo que podemos observar agora com a tragédia que atropelou o Rio Grande do Sul. É por meio desse esforço coletivo que levamos informação, oportunidade e, principalmente, esperança a quem teve que desistir até de sonhar.

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FOLHA DE SÃO PAULO

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