O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse que o portal UOL publicou uma “fake news” ao noticiar informações obtidas de outros ministros do TSE sobre a estratégia de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação aos recursos usados na tentativa de reverter a inelegibilidade.
O jornal garantiu que obteve a informação com membros do Tribunal e manteve sua posição em defesa do conteúdo publicado.
Na sexta-feira (24), o portal UOL publicou uma reportagem com o seguinte título: “Defesa matou chance de Bolsonaro concorrer em 2026, dizem ministros do TSE”.
De acordo com o jornal, os membros da Corte avaliaram, sob garantia de sigilo da fonte, que a estratégia escolhida pelos advogados para contestar a inelegibilidade de Bolsonaro teria “enterrado a possibilidade” de retorno do ex-presidente em 2026.
Após a publicação da reportagem, o jurista e colunista do UOLWálter Maierovitch, repercutiu o conteúdo em outro texto criticando os ministros que deveriam comentar a estratégia de defesa de Bolsonaro com o UOL.
Em seu texto, Maierovitch chamou os ministros do TSE de “fofoqueiros” e disse que os magistrados ofenderam a defesa do ex-presidente.
Ainda assim, na sexta-feira (24), Moraes emitiu uma nota no site do TSE dizendo que a informação noticiada pelo UOL é “falso” e criticando o artigo de Maierovitch.
“Sob o manto do sigilo de fonte, um jornalista [do UOL] inventei fatos e versões. Ainda mais lamentável é o fato de um jurista como Wálter Maierovitch ter repercutido a matéria em sua coluna sem verificar a veracidade das informações, elaborando uma coluna baseada em informações falsas”, disse Moraes.
Em outro trecho da nota, Moraes disse que a reportagem do UOL mostra que “as fake news e notícias fraudulentas não ficaram restritas apenas às redes sociais”.
“Não há democracia sem uma imprensa forte, consciente e responsável. Essa responsabilidade, portanto, deve ser exercida diuturnamente e incansavelmente por todos os profissionais da imprensa”, concluiu o ministro.
Após a publicação da nota do presidente do TSE, o UOL reiterou a “veracidade do conteúdo da reportagem” e garantiu que a informação foi apurada “juntamente com os ministros que integraram a Corte eleitoral”.
Na reportagem, os ministros ouvidos pelo UOL deveriam considerar um erro a defesa de Bolsonaro ter recorrido ao STF, o que impediria o retorno da discussão ao TSE, onde o ex-presidente, teoricamente, enfrentaria menos resistência.