terça-feira, outubro 8, 2024
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Bancada do agro crítica iniciativa do governo Lula de importar arroz



A bancada do agronegócio no Congresso Nacional tem criticado a decisão do governo Lula de importar um milhão de toneladas de arroz para vender diretamente nos mercados do país, com rótulo próprio.

Nesta quarta-feira (29), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou que a primeira leva de arroz importado deve chegar nos próximos 30 ou 40 dias, vinda de Tailândia. Ele explicou que os produtos foram adquiridos antes da redução dos tributos e serão úteis na retomada dos preços acima. O preço do arroz chegou a aumentar até 40% em decorrência da tragédia no Rio Grande do Sul.

“Com relação à importação de arroz, precisamos olhar o problema de uma forma holística, levando em conta as consequências que a tragédia no Rio Grande do Sul terá para a população brasileira. O estado concentra 70% do arroz produzido no Brasil. Outros 15% são produzidos em Santa Catarina; e os outros 15% pelo restante do Brasil”, disse o ministro, em entrevista ao Bom dia, Ministro da EBC.

Segundo o governo federal, serão gastos cerca de R$ 7,2 bilhões do Orçamento para comprar o arroz importado e vender diretamente em supermercados de sete regiões metropolitanas do país.

Na coluna Entrelinhas pai Gazeta do Povo, o presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR) afirmou que a iniciativa do governo em tentar vender arroz com marca própria, representa “abuso de poder político”. Ele aponta que o estado do Rio Grande do Sul (RS) colheu praticamente toda a safra e que não há necessidade de importação. “Vai prejudicar os agricultores de arroz que perderam tudo na inundação”, disse Lupion.

Para a senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura no governo Bolsonaro, o atual governo tem criado “pânico sem necessidade”. Segundo ela, a safra de arroz no Rio Grande do Sul já foi colhida e o anúncio da importação é “precipitado”.

O ministro Fávaro afirmou que o Rio Grande do Sul “tem um estoque suficiente para abastecer o Brasil independentemente da tragédia que aconteceu”. Ele criticou a “ganância de especuladores” que pretendia aumentar o preço do produto “especulando o desabastecimento”. Fávaro ainda reforçou que a importação deve ser subposta a preços elevados.

“Não temos riscos de nenhum tipo de desabastecimento, nem do arroz. O estoque é suficiente. O problema é uma conjuntura momentânea, mas em hipóteses alguma [teremos desabastecimento]. O Brasil é um grande produtor de soja, milho, arroz, feijão, trigo, carnes, algodão. Somos os primeiros do mundo, e estamos, apesar das dificuldades, com uma safra muito boa”, acrescentou.

Visando evitar qualquer risco ao abastecimento do país, o ministro adiantou que o governo pretende descentralizar a produção de alguns alimentos considerados essenciais para o consumidor. A estratégia será divulgada no anúncio do novo Plano Safra, que deve ser lançado até o final de junho.



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