sábado, outubro 5, 2024
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Lula remove embaixador brasileiro em Israel e aprofunda crise diplomática



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu retirar definitivamente o diplomata Frederico Meyer do cargo de embaixador brasileiro em Israel. A decisão foi tomada na terça (28) e publicada no Diário Oficial da União desta quarta (29).

Meyer foi transferido para ocupar uma missão permanente na Conferência do Desarmamento, em Genebra, Suíça. Com isso, a representação brasileira em Israel passa a ser ocupada por um encarregado de negócios, o que aprofunda a crise diplomática entre os dois países.

“O presidente da República resolve […] nomear Frederico Salomão Duque Estrada Meyer […] para exercer a carga de Representante Especial do Brasil junto à Conferência do Desarmamento, em Genebra, Confederação Suíça, removendo-o, ex officio, da Embaixada do Brasil em Tel Aviv para a Missão Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas e Demais Organismos Internacionais em Genebra”, aponta a publicação (veja na íntegra). A Gazeta do Povo Consulte o Itamaraty para detalhar a remoção e aguardar retorno.

Frederico Meyer havia retornado a Israel na última sexta (24) após quase três meses fora do país ao ter sido chamado de volta pelo governo como um sinal de protesto e insatisfação.

Em fevereiro, Meyer passou por um constrangimento ao ser convocado pelo chanceler israelense, Israel Katz, ao Museu do Holocausto, onde ouviu queixas públicas sobre a declaração de Lula ao comparar a ocorrência israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto Nazista.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existe. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse em uma entrevista coletiva ao final de uma viagem à Etiópia.

Em resposta, Katz declarou ao embaixador que o presidente brasileiro era considerado uma “persona non grata” em Israel até que fosse retratado. “Não esqueceremos e não perdoaremos. É um grave ataque antissemita. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel – informe ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que ele se retrate”, disse Katz a Meyer durante reunião em Jerusalém.

A situação gerou uma tensão diplomática entre os dois países. Dias depois, o ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, expressou “surpresa e desconforto” com a postura do governo israelense durante uma conversa de aproximadamente meia hora com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine.

A declaração de Lula também teve repercussões internacionais no Brasil. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) apresentou um pedido de abertura de processo de impeachment contra Lula, com o apoio de 144 deputados, entre eles Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ex-ministro Ricardo Salles (PL-SP), do Meio Ambiente. Os parlamentares argumentaram que as declarações de Lula “configuraram um crime de responsabilidade”.

O Ministério das Relações Exteriores e Lula ainda não se pronunciaram oficialmente sobre a remoção definitiva de Meyer da embaixada brasileira em Israel.



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