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Pólis: Mais pobres deixam de comprar comida para pagar luz – 30/05/2024 – Mônica Bergamo


Uma pesquisa inédita do Instituto Pólis acordos de que 36% das famílias brasileiras gastam metade ou mais da metade de sua renda mensal para pagar as contas de luz e de gás.

O estudo ainda mostra que, entre a população mais pobre que tem renda familiar de até um salário mínimo e que faz parte da classe D/E, 30% deixam de comprar alimentos básicos como arroz, feijão, café e açúcar —ou então reduzem o consumo desses itens— para poder quitar os gastos com energia elétrica.

Se for considerado apenas esse grupo socialmente mais vulnerável, 6 a cada 10 famílias ainda afirmam que a conta de luz de sua residência está atrasada.

No cenário geral, 35% afirmaram que decidiram reduzir ou deixar de comprar alimentos básicos e bens de consumo, como roupas e eletroeletrônicos, para conseguir pagar a conta de luz. E 50% das famílias afirmaram que, caso houvesse uma redução na tarifa, usariam a verba excedente para comer.

O gasto com eletricidade exerce menos pressão sobre a renda familiar daqueles que ganham acima de cinco meses mínimos. Dos entrevistados do segmento, apenas 16% dizem ter metade ou mais da metade de sua renda comprometida com a despesa. Já entre quem recebe até um salário mínimo esse índice chega a 53%.

A disparidade social e o peso da conta de luz sobre os lares brasileiros fica ainda mais evidente quando há um recorte de raça e cor. Segundo a pesquisa, que foi realizada pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) a pedido do Pólis, 68% das pessoas negras estão com a conta de luz atrasada. A taxa de inadimplentes cai para 31% entre brancos.

A sondagem aponta que a população situada nas regiões Norte e Nordeste são as que mais têm sua renda familiar comprometida com gastos energéticos: 53% dos nortistas e 45% dos nordestinos dizem ter metade ou mais da metade do orçamento dedicado à despesa.

“As tarifas de energia elétrica no Norte e no Nordeste do Brasil tendem a ser mais caras devido a uma série de fatores específicos da região. Em primeiro lugar, essas áreas têm uma menor densidade populacional e, portanto, uma demanda menor por energia, o que pode resultar em custos de distribuição e transmissão mais elevados”, afirma o estudo do Instituto Pólis.

“Além disso, a infraestrutura de transmissão de energia elétrica nessas regiões, muitas vezes, enfrenta desafios logísticos e geográficos importantes, como a vastidão territorial e as condições climáticas adversárias, o que pode aumentar os custos de manutenção e operação”, acrescenta.

A pesquisa entrevistou 2.000 pessoas em todas as regiões do país. Seu intervalo de confiança é de 95%, e a margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O levantamento mostra que 57% da população vê a Tarifa Social de Energia Elétrica como insuficiente para diminuir o peso da energia elétrica no orçamento das famílias mais pobres. E que 89% defendem que impostos e taxas de conta de luz sejam usados ​​para subsidiar programas voltados à universalização do acesso à energia elétrica.

Fundado em 1987, o Instituto Pólis é uma organização sem fins lucrativos que promove pesquisas e discussões sobre políticas públicas e questões sociais urbanas.

PETIT COMITÉ

A fotografia Maria Lobo registrou os bastidores da passagem da comitiva de “Motel Destino”nova longa de Karim Aïnouzpelo Festival de Cannes, na França, na semana passada. Antes de cruzar o tapete vermelho, o cineasta recebeu os atores Fábio Assunção, Iago Xavier e Nataly Rocha em seu quarto no hotel Carlton Cannes, além de outros integrantes da produção. O rito, acredita Aïnouz, traz sorte na véspera de estreias.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH


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FOLHA DE SÃO PAULO

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