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Tipo de escola, pública ou privada, ajuda a reduzir a desigualdade de progresso – 30/05/2024 – Mercado


Se trabalhadores negros e brancos Se você tiver acesso à qualidade de educação, a um mesmo mercado de trabalho local com características semelhantes e empregos semelhantes, a diferença de salário entre eles poderia ser reduzida em 25 pontos percentuais.

Quando não são levados em conta outros fatores além da raça, os contratação de trabalhadores negros (pretos e pardos) são, em média, 32% menores que os dos brancos.

Ajustadas por diferenças em outras variáveis ​​—como tipo de escola (pública ou privada), anos de educação, qualidade da ocupação e vínculo de trabalho (formal ou informal)—, como diferenças raciais cai para 7%.

As conclusões são de um estudo feito pelos pesquisadores do Núcleo de Estudos Raciais do Insper Michael França (que também é colunista da Folha) e Alysson Portella.

Eles obtiveram dados obtidos a partir da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que se referem ao segundo trimestre de 2018 e 2019.

As maiores diferenças entre trabalhadores negros e brancos As descobertas dos pesquisadores estão nas pontas da pirâmide de renda. Elas são mais visíveis, por exemplo, quando são considerados os 20% mais pobres.

Os dados, no entanto, parecem apontar que o salário mínimo tem o efeito de reduzir essa disparidade, e que o trabalhador com rendimentos mais próximos ao piso tem mais chances de alcançar uma certa igualdade de oportunidades.

Neste caso, as principais diferenças na distribuição de rendimentos se dão pelo tipo de contrato de trabalho e por disparidades regionais.

A partir da marca dos 30% mais pobres, isto é, no meio da distribuição de renda e quando o piso salarial já não é mais preponderante, a lacuna racial aumenta continuamente.

Ao mesmo tempo, tive a oportunidade de frequentar uma escola privada ou cursos de pós-graduação para ajudar a amortecer as diferenças raciais, ao se avançar na pirâmide de distribuição salarial.

“A desigualdade está latente, mas nosso estudo mostra que como disparidades entre trabalhadores brancos e negros diminuem significativamente quando ajustamos para fatores educacionais”, diz França.

Isso indica que uma educação de qualidade contribui de forma substancial para gerar melhores oportunidades de renda para a população negra, complementa o pesquisador.

Os autores destacam a importância de levar em conta a qualidade da educação que os trabalhadores recebem, não apenas os anos de escolaridade, ministrações em estudos anteriores.

Os estudos sobre desigualdade normalmente compartilham apenas o tempo de estudo para qualificar o nível educacional das pessoas, explica Portella.

“O que fizemos, além de documentar os diferentes padrões de desigualdade, foi ampliar a análise para o tipo de escola frequentada no ensino médio —privado ou público— e se ela fez pós-graduação e cursos de especialização.”

Isso é relevante, pois as diferenças na educação podem gerar desigualdade racial não apenas por indivíduos brancos estudam por mais tempo, mas também pelo tipo de educação que recebe ser qualitativamente melhor, dizem os pesquisadores.

Eles avaliam que ter frequentado escolas particulares e obter diplomas de pós-graduação universitária por parte do hiato salarial racial, especialmente no topo da distribuição de renda.

Esses padrões são geralmente semelhantes, tanto para homens quanto para mulheres. As diferenças nas lacunas raciais entre os gêneros são mais visíveis na base e no topo da distribuição de renda.

Ao mesmo tempo, o tipo de trabalho parece ser mais importante para as mulheres, enquanto as diferenças na educação são mais importantes para os homens.

“O estudo também mostra que é um erro achar que a educação vai resolver tudo. Em todos os percentis de renda, mesmo controlando pela educação e outros fatores, os negros ganham menos que os brancos”, diz França.

Ele observa que as disparidades são maiores no topo da distribuição de renda, pois ali, a discriminação e as barreiras invisíveis que impedem a ascensão dos negros parecem ser mais pronunciadas.

De acordo com os pesquisadores, o capital humano e as habilidades adquiridas são cruciais para entender o que provoca a diferença de rendimento entre negros e brancos.

Os dados também reforçam o peso de que as disparidades regionais e a discriminação têm para determinar diferenças entre brancos e negros.

Em média, o local de residência e os anos de escolaridade são os principais fatores para a desigualdade salarial. Eles explicaram, cada um, 23% das diferenças entre brancos e negros.

O tipo de ocupação ou carga e o modelo de contrato de trabalho também têm peso específico nas diferenças médias, de 13% e 8%, respectivamente.

“Não há apenas um fator para explicar a desigualdade racial, ela afeta a forma distinta de pessoas que se encontram em pontos diferentes da distribuição de renda”, diz Portella.

“Como o Brasil é muito heterogêneo, em termos de composição regional, e as regiões são muito diferentes entre si, em termos de riqueza, precisamos de políticas regionais para que desenvolvam os locais que mais precisam”, complementa.

Além disso, quando excluídos erros de ponderação estatística, fatores não observados —geralmente ligados à discriminação racial— abrangem 22% das diferenças salariais médias de brancos e negros.

“Essas barreiras não são oficialmente institucionalizadas, mas são sustentadas por expressões de preconceitos, muitas vezes sutis, estereótipos e discriminações que limitam as oportunidades de crescimento dos profissionais negros”, conclui França.



FOLHA DE SÃO PAULO

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