Cada brasileiro produz por ano, em média, um quilo de resíduos sólidos urbanos ou RSU. É esse o nome técnico de tudo aquilo que é descartado numa cidade e que a gente costuma chamar de lixo: restos de alimentos e plantas, embalagens plásticas, isopor, papel, metais, vidros, roupas e calçados, produtos eletrônicos, lâmpadas, pilhas e remédios.
São 380 quilos, em média, por brasileiro por ano, o que dá quase 80 milhões de toneladas no país todo. No mundo, a escalada é outra: são mais de 2 bilhões de toneladas por ano. E, até 2050, esse montante deve quase dobrar, o que coloca a humanidade na rota de uma crise do lixo.
No primeiro vídeo da série Além do Lixoa Folha explica a crise do lixo em que a humanidade se meteu e os caminhos para fora dela.
A má gestão de resíduos poluentes e contaminantes de solo e cursos de água, gera problemas para a saúde humana, desperdiça recursos e ainda emite grandes quantidades de metano na atmosfera, um poderoso gás de estufa efeito ligado ao aquecimento global.
A mudança para esses desafios globais é numa lógica: substituir o modelo de economia linear por uma economia circular.
A economia linear é baseada na tríade: extrair, produzir e descartar. Isso quer dizer que as pessoas extrai recursos da natureza para produzir algo que, em algum momento, vai para o lixo.
Nesse processo, novas matérias-primas precisam ser extraídas para a produção de novos itens, consumindo recursos e energia.
Já a economia circular é aquela em que o desperdício de recursos dá lugar à eficiência no uso de matérias-primas e de energia e à extensão da vida útil de materiais e produtos, evitando ao máximo o seu descarte.
Os produtos são redesenhados de forma a ter uma vida útil mais longa, para que seja possível sua reutilização, recuperação ou reciclagem, e para que retornem à linha de produção ao final do seu uso.
Alimentos e materiais biológicos também retornam para a natureza por meio de compostagem, que geram adubos cheios de nutrientes.
Numa economia circular, os resíduos são todos reaproveitados, e o lixo, chamado de rejeito, é só aquilo que realmente não pode ser reutilizado, recuperado, reciclado ou compostado.
Mais do que economizar recursos, uma economia circular pode gerar trabalho e riqueza de forma sustentável. E, para ela funcionar, consumidores, governos e empresas precisam estar envolvidos.
A transição em direção a esse modelo de economia tem potencial para criar cerca de 6 milhões de empregos novos em todo o mundo até 2030.