terça-feira, outubro 8, 2024
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Ministro da CGU nega praxe de importar sigilo de documentos do governo Lula



O ministro Vinícius Marques de Carvalho, da Controladoria-Geral da União (CGU), negou nesta quarta (5) que o órgão venha negando acesso a documentos confidenciais do governo e tenha imposto sigilo de 100 anos em outros 1,3 mil. Ele foi questionado durante uma sessão da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, convocada pelo deputado Kim Kataguiri (União-SP).

O parlamentar destacou que a imposição do sigilo foi duramente criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em referência a alguns atos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que estaria adotando o mesmo procedimento no governo atual.

“Foi decretado, no governo Lula, sob o ministério de sua excelência, o sigilo de 100 anos em diversos documentos. E a justificativa de que a CGU utiliza é que existem dados pessoais e esses dados não podem ser divulgados”, questionou o deputado.

Carvalho rebateu e disse que a orientação da CGU é que os documentos públicos devem ser tarjados apenas nos trechos que contêm dados pessoais sensíveis.

“A orientação da CGU é, se um documento que é público merece ser tarjado agora que se refere a dados pessoais sensíveis – não são todos os dados pessoais que são sensíveis em relação à intimidade e à privacidade –, você tarja esses dados e entrega o documento”, afirmou ressaltando que, se um documento é longo demais, está aberto um prazo para o servidor realizar o tarjamento.

Ele anunciou também que o órgão está desenvolvendo uma solução de inteligência artificial para automatizar o processo de tarjamento. Esse software está sendo testado e deverá ser disponibilizado para todos os ministérios até julho.

O acesso a documentos públicos é garantido pela Lei de Acesso à Informação (LAI), com a ressalva de que informações pessoais relacionadas à intimidação, vida privada, honra e imagem devem ter acesso restrito por até 100 anos a partir da data de produção. Qualquer alteração na legislação, diz, precisa ser comprovada pelo Congresso Nacional.

O ministro da CGU afirmou, ainda, que está discutindo internamente possíveis mudanças nos termos que permitam o sigilo de 100 anos, mas que também, eventualmente, passem pela análise do Legislativo antes de entrar em vigor.

Kim Kataguiri também mencionou que, em um ano de governo Lula, as negativas de acesso à informação com base na LAI já superaram os quatro anos do governo Bolsonaro. Carvalho disse que, apenas em 2023, o governo federal recebeu 130 mil solicitações de acesso à informação, com 75% dos pedidos completamente atendidos, o segundo maior número desde 2012.



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