terça-feira, outubro 8, 2024
InícioPOLITICAComandante do Exército diz que “a política está distante dos quartéis”

Comandante do Exército diz que “a política está distante dos quartéis”



O comandante do Exército, general Tomás Paiva, afirmou que “a política está distante dos quartéis, como tem que ser”. O militar foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após os atos de 8 de janeiro de 2023. Paiva defendeu que o cumprimento da Constituição pelo Exército “é o único caminho que temos na direção de ser um país moderno”.

“A política está distante dos quartéis, como tem que ser. A lógica que prevaleceu é o cumprimento do que está previsto na Constituição. Isso está cada vez mais consolidado. Este é o único caminho que temos na direção de ser um país moderno”, disse o comandante do Exército em entrevista ao jornal O Globo divulgado nesta sexta-feira (7).

“Estamos atuando firmemente no cumprimento da missão constitucional, no trabalho profissional e no afastamento da política. Somos uma instituição de Estado”, acrescentou.

Para Paiva, militares que pretendem assumir cargas políticas ou que são indicados para cargos do governo devem passar para a reserva.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nomeou militares da ativa para cargas estratégicas do governo, como o general de divisão Eduardo Pazuello (PL-RJ), que comandou o Ministério da Saúde entre maio de 2020 e março de 2021, durante parte da pandemia da Covid-19. Pazuello passou para a reserva em março de 2022 e foi eleito deputado federal.

“O ideal é que passe para a reserva [antes de ser nomeado ministro]. Pode ter preferência, mas não pode ter partido enquanto usa a farda. Pode avaliar, mas, depois que estiver decidido, cumprir a decisão. Fui ajudante de ordens de dois presidentes [Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso]. O militar não pode se envolver”, disse o comandante.

Paiva considerou que o Exército errou quando, em abril de 2018, o então comandante general Eduardo Villas Bôas fez um post repudiando a impunidade às vésperas do julgamento de um pedido de habeas corpus de Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 2021, Villas Bôas revelou que uma postagem foi elaborada em conjunto com o Alto Comando do Exército.

“Acho que nós erramos. Não vou julgar também o comandante anterior, a quem eu tenho toda a lealdade. Acho que é um erro coletivo. Não deveria ter sido publicado. Eu era chefe de gabinete e sou corresponsável por isso, apesar de ser um outro momento político”, afirmou Paiva ao jornal O Globo.



GAZETA

ARTIGOS RELACIONADOS
- Advertisment -

Mais popular