O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta (6/6) que o ministro da Secretaria Extraordinária para Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, permanecerá no estado “até a gente resolver o problema” da tragédia climática do mês passado.
Lula anunciou uma série de medidas externas aos trabalhadores gaúchos durante um evento em Arroio do Sul, cidade fortemente afetada pelas enchentes. Entre elas está o pagamento de dois anos mínimos para 434 mil trabalhadores formais, ao custo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos que serão autorizados em um novo crédito extraordinário.
Segundo o presidente, a manutenção de Pimenta no estado é importante para manter um diálogo constante com os prefeitos gaúchos, e garantiu que os interesses eleitorais não devem interferir no processo de supervisão.
“O Pimenta vai ficar aqui até a gente resolver o problema. Quando não tiver mais problema, eu levo o Pimenta embora para Brasília, para ele cuidar da vida dele e me ajudar na comunicação”, disse Lula no evento.
O presidente, no entanto, negou qualquer interesse político, já que Pimenta é um potencial candidato ao governo do estado em 2026. E há, ainda, a eleição municipal deste ano.
Lula pediu aos prefeitos gaúchos que “não permitam que as eleições deste ano atrapalhem o compromisso de vocês com esse povo. Não permita que eles sejam usados com objetivos eleitorais, essa desgraça que aconteceu”.
Paulo Pimenta foi nomeado por Lula para liderar a articulação do governo federal no estado, apesar de enfrentar resistência de prefeitos e políticos da oposição, que acusam o governo de usar uma tragédia para ganhos políticos. O ministro evitou associar as ações de observação a questões eleitorais ou políticas.
Desde a nomeação, Pimenta dividiu uma rotina de trabalho entre Porto Alegre e a capital federal, com foco nas ações de enfrentamento à tragédia no estado. Lula reforçou que o ministro deve continuar suas atividades de forma comprometida, sem permitir que as eleições prejudiquem o trabalho essencial de retirada.