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Com Alckmin, Xi fala em ‘novos conteúdos’ na relação China-Brasil – 06/08/2024 – Mundo


O líder chinês, Xi Jinpingdefendeu em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin e cinco ministros brasileiros, na sexta (7) em Pequim, “estreitar a colaboração estratégica e dotar a amizade China-Brasil de novos conteúdos”.

Segundo ele, falando diante dos jornalistas no Grande Salão do Povo, “as relações China-Brasil transcendem o escopo bilateral e servem como paradigma para promover a união e cooperação dos países em desenvolvimento e a paz e estabilidade do mundo”.

Também nas falas iniciais da reunião, depois de fechada, Alckmin respondeu citando carta enviada a Xi por Lulaque agradece mensagem de solidariedade ao Rio Grande do Sul, e descrevendo os resultados da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação).

“É uma grande honra estarmos juntos”, disse o vice-presidente, registrando estar acompanhado dos “principais ministros” de Lula. “A China é para nós inspiradora.”

A declaração de Xi, sobre a colaboração estratégica além do escopo bilateral, vem após documento conjunto sobre a Guerra da Ucrâniadivulgado há duas semanas por Celso Amorim, assessor especial de Lula, e Wang Yi, membro da cúpula do Partido Comunista e chanceler chinês.

Também em Pequim, os dois defenderam negociações de paz que reuniram tanto Ucrânia como Rússia –em oposição aos esforços ocidentais para isolar Moscou, como no encontro marcado para a Suíça, na semana que vem, em que Brasil e China não devem participar.

Posteriormente, em entrevista coletiva em seu hotel, também no centro de Pequim, o vice-presidente brasileiro se concentrou nos resultados financeiros e comerciais da Cosban, inclusive linhas de crédito, que teriam sido objeto de conversa fechada com Xi.

“Alias, [ele] Me disse agora à tarde que foi copresidente da Cosban, porque ele foi vice-presidente” da China, comentou Alckmin, que copreside a organização junto com o atual equivalente chinês, Han Zheng. “Então ele conhece bem a Cosban.”

Sobre um acordo de livre comércio entre a China e Mercosul, que voltou a ser defendido pelo lado chinês durante a reunião de Cosban, Alckmin disse que “não é uma decisão do Brasil”, mas do bloco com Argentina, Uruguai, Paraguai e agora Bolívia. “Discute-se, converse-se, não é um tema individual.”

Cresceu que o Mercosul precisa ampliar seus acordos comerciais, citando União Europeia e Efta, a Associação Europeia de Comércio Livre, que reúne Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça e atua paralelamente à UE.

“Eu acho que esse é o bom caminho, e é bom para a geopolítica”, prosseguiu. “No mundo infelizmente conturbado, de guerras, o Brasil pode ser um bom exemplo, ao defensor do multilateralismo, defensor do livre comércio, fazer a diferença nesse mundo mais complexo.”

Especificamente quanto à China, afirmou que “a parceria econômica é uma realidade, é hoje o maior parceiro comercial do Brasil, mas isso não exclui os outros”. Enfatizou que a China é um grande investidor no Brasil, mas o maior ainda são os Estados Unidos. “O Brasil defende o multilateralismo. Isso é bom para o mundo.”

A cobertura na mídia chinesa da delegação foi extensa, ao longo da semana. Além do noticiário diário, Alckmin teria falado mais amplamente ao principal programa de entrevistas da rede CCTV, em participação ainda não veiculada.

O chefe da Casa Civil, Rui Costa, falou ao Huanqiu/Global Times, de Pequim, concentrando-se na progressão entre os planos de infraestrutura dos dois países. Destacou a ferrovia ligando o Brasil ao Oceano Pacífico. “Convidamos mais empresas chinesas a participar. Facilitaremos o comércio entre Brasil e China, além da Ásia, diminuirá o ritmo de transporte.”

O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) deu entrevista a Renmin Ribão ou Diário do Povo, principal veículo do PC, dizendo que “o Brasil espera tirar experiências valiosas da prática chinesa em promover a redução da pobreza e a revitalização rural”.



FOLHA DE SÃO PAULO

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