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Bilionários: Para onde nadam os tubarões? – 06/09/2024 – Marcos de Vasconcellos


O hit da década de 1990 “Xibom Bombom” já repetiu à exaustão que os ricos cada vez ficam mais ricos. Nesta semana, um estudo da consultoria global Capgemini trouxe um desenho mais profundo da situação.

Segundo o relatório, a fortuna das pessoas que possuem mais de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões) em capital disponível aumentou 4,7% no último ano. E a quantidade de pessoas nesta categoria também subiu 5,1%. Em resumo, os ricos são mesmo cada vez mais ricos, mas têm mais gente entrando para o clubeque hoje conta com 22,8 milhões de pessoas.

No total, aqueles classificados como HNWIs (sigla em inglês para indivíduos de alto patrimônio) atingiram um patrimônio de US$ 86,8 trilhões (mais de R$ 450 trilhões) em 2023. O dado chama mais atenção quando lembramos que o PIB (Produto Interno Bruto) das 10 maiores economias do mundo, em 2023, somado, dá cerca de US$ 69,86 trilhões (cerca de R$ 373 trilhões), segundo o IMF (Fundo Monetário Internacional).

O maior impulsionador do aumento, segundo a consultoria, foram as altas das ações em 2023, principalmente no setor de tecnologia. Só que, agora, em 2024, as apostas deles na Bolsa estão minguando.

Aqui peço licença para voltar a bater na tecla de que são os gigantes que movimentam os preços do mercado. Os fundos bilionários, que gerenciam a grana dos milionários, fazem as bolsas subirem ou cair. Então enxergar para onde vai o dinheiro dos tubarões pode ajudar as sardinhas a navegar com mais tranquilidade.

De janeiro de 2023 a janeiro de 2024, o percentual dos investimentos dos milionários em ações caiu dois pontos percentuais, de 23% para 21%. Isso mostra que eles continuam sacando dinheiro das bolsas, como vem fazendo desde 2021, quando tinham 30% de seu patrimônio em ações. São três anos seguidos de sangria.

Isso não significa que o dinheiro esteja indo para baixo do colchão. Muito pelo contrário, aliás. O percentual de dinheiro em caixa (ou seja: parado na conta) minguou ainda mais do que a fatia das ações. Foi de 34%, em 2023, para 25%, em 2024.

Se sacando as ações e sem deixar o dinheiro na caixa, para onde, então, está indo a grana daquelas que têm o poder de movimentar as marés do mercado?

A parcela destinada a papéis de renda fixa aumentou em um terço, subindo de 15% para 20%. O dinheiro gasto em imóveis teve um movimento semelhante, saltando de 15% para 19%.

Até mesmo os chamados “investimentos alternativos” —que incluem commodities, criptomoedas e investimento direto em empresas— aumentaram sua participação na carteira dos milionários, de 13% para 15%.

Em resumo, temos uma ótima notícia: a turma do andar de cima é claramente focada em buscar ativos de crescimento, em vez de manter posições puramente defensivas, como o dinheiro em caixa. Isso destrava o valor dos mercados.

Para além disso, fica um alerta: um ajuste nos tipos de ativos na carteira poderá trazer mais retorno do que simplesmente repetir fórmulas do passado. Os tubarões estão apostando como nunca em investimentos alternativos. Seus investimentos em renda fixa e em imóveis são os maiores desde 2018. E os seus?


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FOLHA DE SÃO PAULO

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