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Coreia do Sul é acusada de escravidão moderna com esquema de trabalhadores temporários – 06/09/2024 – Mercado


Filipinos vulneráveis ​​e mal remunerados foram explorados, enganados e abusados ​​em um esquema de trabalhadores migrantes lançado pela Coreia do Sul para suprir sua grave escassez de mão de obra, afirma investigação da Thomson Reuters Foundation.

De acordo com esquema —que também recruta trabalhadores do NepalVietnã, Mongólia, Laos, Camboja, Uzbequistão e Tailândia— agricultores e pescadores de outros países são transferidos para a Coreia do Sul para trabalharem de cinco a oito meses, com a promessa de receberem grandes acabamento.

Mas a Thomson Reuters Foundation conversou com uma dúzia de ex-trabalhadores que afirmaram que o esquema é enganoso fecharso —muitos dizem que devolveram de mãos vazias e alguns correram o risco de perder terras para os corretores queam seus contratos temporários.

Os trabalhadores afirmaram que os corretores cobraram taxas excessivas para lhes garantir trabalho árduo, controlaram seus movimentos confiscando seus passaportes e documentos e os enganaram quanto às cláusulas prometidas.

“Isso demonstra claramente a vulnerabilidade dos trabalhadores temporários ao tráfico humano e ao trabalho forçado”, disse Ko Gibok, do JCMK (sigla em inglês para Comitê Conjunto com Migrantes na Coreia), uma coalizão de grupos que trabalham para melhorar os direitos dos migrantes.

Ko chamou o programa de uma nova forma de escravidão moderna.

“É como o tráfico humano nos dias de hoje. Os corretores tratavam os trabalhadores temporários como escravos”, disse Ko.

O governo sul-coreano solicitou pedidos de comentários.

O governo filipino disse que o esquema era administrado em uma base estadual —pelo menos 45 governos locais participantes —e que não tinha jurisdição sobre o nível local.

O país tem um total de 1.600 unidades de governo local que podem entrar em acordos com seus contrapartes na Coreia do Sul.

Essa postura de não interferência significa que é difícil contabilizar o número de trabalhadores afetados ou rastrear a extensão dos abusos.

Buscando uma melhor supervisão, a Filipinas anunciou planos em março para canalizar todos os futuros trabalhadores migrantes por meio de um acordo bilateral.

Nenhum acordo bilateral sobre o programa de trabalhadores agrícolas sazonais foi realizado até o momento.

A Thomson Reuters Foundation entrou em contato com vários governos locais coreanos para comentar o assunto —nenhum deles respondeu.

PROMESSAS VAZIAS?

Mais de 3.500 filipinos foram recrutados desde 2022, quando a Coreia do Sul lançou acordos de cidades-irmãs que unem estados filipinos locais com suas contrapartes coreanas mais ricas.

Os trabalhadores foram atraídos para o esquema pela promessa de ganhar até cinco vezes mais do que podem ganhar em casa.

Para a Coreia do Sul, os migrantes superam um déficit específico de mão de obra, exacerbado pelo envelhecimento e aumento da população, com os trabalhadores estrangeiros assumindo empregos de baixos salários que muitos locais evitam.

A Thomson Reuters Foundation analisou os documentos de 12 ex-trabalhadores sazonais —documentos que revelaram sistemas sistêmicos de contratos, acordos geralmente fechados por corretores independentes.

Entre as reclamações: denúncias do bem-estar, taxas exorbitantes de corretoras, condições adversas, pagamentos diluídas e falta de quaisquer peças de reposição.

Muitos filipinos também disseram que tinham muito medo de se manifestar por receberem serem excluídos de futuras perspectivas de emprego.



FOLHA DE SÃO PAULO

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