terça-feira, outubro 8, 2024
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Campos Neto: Falta coordenação de políticas fiscais e monetárias – 06/10/2024 – Mercado


Ó presidente do Banco Central, Roberto Campos Netodisse nesta segunda-feira (10) que a organização das contas públicas no Brasil é sempre um ponto de preocupação dos investidores, mas afirmou que esse não é um problema exclusivo do país.

Segundo ele, houve uma cooperação interessante entre política monetária e fiscal durante a pandemia, o que não está mais acontecendo no combate à inflação alta que se melhora no pós-pandemia.

“Vemos as políticas monetárias reagindo, mas ainda temos muita falta de política fiscal, e não estou falando aqui especificamente do Brasil, eu estou falando globalmente”, afirmou.

Durante apresentação em evento da Constellation Asset Management, Campos Neto chamou a atenção para o fato de que a dívida pública no mundo está equipada em quatro grupos: Estados Unidos (34%), Europa (20%), China (15%) e Japão ( 11%).

Segundo o presidente do BC, as dívidas desses países aumentaram muito durante o começo da pandemia, dada a necessidade de injeção de dinheiro na economia. Mas, com a alta dos jurosficou mais caro rolar essa dívida, a preocupação agora é com a liquidez dos mercados e como isso impactará países emergentes.

Falando especificamente sobre o Brasil, Campos Neto disse que as contas públicas são fonte de muita preocupação. “Os investidores falam muito disso. O governo mudou as metas fiscais e isso criou alguma incerteza no mercado”, afirmou.

Segundo ele, isso levou a uma reprecificação dos números fiscais pelos analistas. Além disso, Campos Neto citou uma pesquisa que mostrou que, desde uma última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), 79% dos entrevistados relataram sensação de piora nas contas públicas.

“A questão aqui é: como nós endereçamos o fato que precisamos mostrar aos investidores de longo prazo para que possamos ter uma trajetória sustentável da dívida pública.”

O presidente da autoridade monetária disse ainda que não é papel do Banco Central questionar se o governo será capaz de cumprir o novo arcabouço fiscal. Segundo ele, o resultado fiscal em si não é importante, mas sim o que ele significa para a macroeconomia.

Além da mudança da meta de resultado primário, o último Copom trouxe dúvidas para o mercado sobre a transição no BC após a saída de Campos Neto no fim do ano. Há tempos de intervenção nos trabalhos do Banco Central quando a maioria dos diretores foram indicados pelo governo atual.

Houve uma racha entre os diretores indicados pela gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os indicados pelo governo passado na decisão de reduzir o ritmo de corte da taxa básica de juros, Selic.



FOLHA DE SÃO PAULO

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