terça-feira, outubro 8, 2024
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Lula encontra líderes europeus em meio ao avanço da direita



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontra com Emmanuel Macron, presidente da França, e com Ursula Von der Leyen, presidente da União Europeia, nesta semana. Os encontros acontecem à margem da Cúpula do G7, na Itália, e em meio a um cenário de mudança política na Europa. As votações no Parlamento Europeu neste final de semana indicam um avanço dos partidos de direita entre os países do bloco.

Conforme informou o Palácio do Itamaraty nesta segunda-feira (10), os encontros bilaterais com o mandatário brasileiro foram solicitados por Macron e Von der Leyen. O petista manteve impasse com as duas figuras nos últimos meses devido à negociação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Apesar da aproximação ideológica entre Lula e Macron, o presidente francês foi um ferrenho opositor do acordo.

Os encontros acontecem num cenário de mudança política na União Europeia. Os países que formam o Parlamento Europeu passam por eleições para eleger os seus novos representantes na UE para os próximos cinco anos e as pesquisas sobre as votações deste final de semana preocupam líderes progressistas, sobretudo na França e na Alemanha. Neste domingo (9), o partido de Macron foi superado pela legenda de direita de Marinne Le Pen, o que fez Macron dissolver a Assembleia Nacional e antecipar para este mês as eleições legislativas que ocorreriam apenas em 2027.

Na Alemanha, a projeção inicial apresentada pela União Europeia sobre as eleições indicadas cenário semelhante ao apresentado na França. O partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) teria conquistado seis assentos a mais do que os nove que já tinham e se tornaram a segunda força na Alemanha, com 15,9% dos votos, atrás apenas dos democratas-cristãos e superando o social-democrata do chanceler Olaf Scholz.

Lula cumpre agenda na Europa e tentará encontro com Papa Francisco

O presidente Lula volta nesta semana às agendas internacionais, com viagem à Suíça e para a Itália. No dia 13, o brasileiro desembarca na cidade suíça Genebra, onde participa de reuniões da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nos dias 14 e 15, o petista cumpre agendas na cidade de Borgo Egnazia, na Itália, onde participa da Cúpula de Líderes do G7 (bloco formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) como líder convidado .

No G7, os países-membros do bloco discutem entre diversos temas o avanço da Inteligência Artificial e a transição energética. O encontro também deverá ser permeado pela discussão sobre as mudanças políticas na União Europeia e as guerras em curso no mundo na Europa e no Oriente Médio — o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também participa da cúpula como presidente convidado.

Além de Macron e Ursula Von der Leyen, Lula também tem encontros bilaterais com o presidente da Índia, Narendra Modi, e com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

O Itamaraty também informou que o presidente Lula solicita um encontro com o Papa, que estará na Itália para o encontro do G7.

A massa não revelou os detalhes e nem a razão para o petista solicitar uma bilateral com o pontífice, mas temas como a tributação dos super-ricos e da Aliança Global Contra a Fome, iniciativa que o Brasil tem orquestrado, devem entrar na discussão. A tributação de grandes fortunas foi tema do encontro que o ministro da Fazenda de Lula, Fernando Haddad, teve na última semana com o Papa na visita que fez ao Vaticano.

Com direito a cinco minutos para um discurso durante sua participação na Cúpula do G7, os dois temas deverão ser incluídos por Lula. O petista tem a expectativa de que os países membros do bloco e os demais convidados possam aderir à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa que o Brasil tem criada no âmbito do G20, bloco que o país preside neste ano.



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