terça-feira, outubro 8, 2024
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Governo realizará novo leilão para compra de arroz importado, diz Conab



O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, afirmou nesta terça (11) que o governo realizará um novo leilão para a compra de arroz importado, mesmo tendo o primeiro anulado por suspeitas de irregularidades.

O anúncio foi feito no final da manhã, pouco depois do governo anular, o leilão que roubou 263 mil toneladas ao custo de R$ 1,3 bilhão, mas que foi colocado em dúvida após surgir a suspeita de que três empresas vencedoras não atuam no setor de comércio de grãos.

De acordo com Pretto, um novo leilão será realizado em uma data ainda a ser definida, mas terá o procedimento revisto com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU).

“Nós gostaríamos de fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos para que as pessoas possam ter as garantias de que vamos contratar empresas que tenham capacidade técnica e financeira. […] Não tem como a gente depositar esse dinheiro público sem ter a garantia de que esses contratos serão honrados”, disse em uma entrevista coletiva após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A anulação do leilão por suspeita de irregularidades das empresas vencedoras incomodou o governo e fez o secretário de Políticas Agrícolas, Neri Geller, pedir demissão mais cedo. O filho dele, Marcello Geller, é sócio de Robson Almeida de França, dono da Foco Corretora de Grãos, uma das principais corretoras participantes do processo.

O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, disse na entrevista que Lula superou o cancelamento do leilão, e que “quer que o arroz e os demais alimentos possam estar na mesa dos brasileiros por um preço justo”. “O presidente participou dessa decisão”, completou.

A maior parte dos lotes do leilão foi arrematada por uma empresa cuja atividade principal inscrita no CNPJ é “comércio atacadista de leite e laticínio”. A mercearia, localizada em um bairro de Macapá (AP), recebeu R$ 736,3 milhões do governo para importar 147,3 mil toneladas de arroz.

A segunda maior fatia foi levada por uma empresa que atua no setor e poderia vender ao governo 73,8 mil toneladas de arroz pelo valor de R$ 368,9 milhões. Em terceiro lugar aparece uma locadora de veículos e máquinas, que faturou R$ 112,5 milhões com a venda de 22,5 mil toneladas de arroz. Procurada pela Gazeta do Povoa locadora disse que tem experiência em leilões do governo federal e já cumpriu contrato com a Conab.

Já a quarta empresa tem como principal atividade registrada no CNPJ a “fabricação de sucos concentrados de frutas, hortaliças e legumes”. Localizada no município de Tatuí (SP), esta empresa recebeu R$ 98,7 milhões pelo repasse de 19,7 mil toneladas de arroz ao governo.



GAZETA

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