terça-feira, outubro 8, 2024
InícioECONOMIALula reclama de erro do governo ao compensar desoneração - 06/12/2024 -...

Lula reclama de erro do governo ao compensar desoneração – 06/12/2024 – Mercado


Em reunião com auxiliares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamou de erros do governo na tentativa de criar uma medida para compensar a desoneração da folha de pagamento de empresas e municípios.

A denúncia foi feita por Lula em seu encontro semanal com ministros e líderes do governo. Segundo relatos feitos por quatro participantes, o presidente afirmou que sua equipe deveria ter negociado uma fonte de receitas no momento em que firmou um acordo para manter a desoneração.

A edição de uma medida provisória que restringir o uso de crédito presumido de PIS/Cofins provocado uma ocorrência negativa do setor produtivo e terminou com uma derrota do governo.

Ó presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou um devolução do texto, decisão que acaba com sua validade. A desoneração, por sua vez, continua valendo.

Integrantes do governo apontam que as críticas de Lula foram direcionadas para toda a equipe. A proposta foi elaborada pelo Ministério da Fazenda no final de maio, recebido aval da Casa Civil e foi apresentado à equipe de articulação política. A medida foi assinada por Lula no dia 4 de junho.

Na avaliação de Lula, de acordo com os relatos desses aliados, o governo deveria ter negociado de maneira simultânea o acordo que deu sobrevida à desoneração e a medida para compensar uma renúncia estimada em R$ 26,3 bilhões.

O Palácio do Planalto, no entanto, levou quase um mês para formalizar uma solução para o caso.

O governo fechou em 9 de maio um acordo com o Congresso para preservar a desoneração da folha em 2024 e iniciar uma transição gradual para o fim do benefício a partir do ano que vem. A manutenção da desoneração era uma demanda dos parlamentares.

A negociação envolveu o STF (Supremo Tribunal Federal), que suspendeu uma liminar e determinou a criação de uma medida compensatória para cobrir o valor da renúncia. O governo pediu ao corte a retomada da desoneração no dia 17 de maio.

Auxiliares de Lula apontam que a Fazenda tentou elaborar uma medida de compensação ao longo de todo esse processo, mas não conseguiu fechar uma proposta dentro do prazo das negociações com o Congresso e o STF.

O tempo foi curto porque, sem suspensão da liminar, os municípios e empresas seriam submetidos a uma tributação maior já no dia 20 de maio.

A avaliação política de Lula é que o governo teria mais força nas negociações caso a medida de compensação estivesse em conjunto com a manutenção da desoneração.

REAÇÃO DO MERCADO

Desde o anúncio do MP que restringiu o uso de créditos de PIS/Cofins, o Ministério da Fazenda foi alvo de uma enxurrada de reclamações de associações setoriais e de frentes parlamentares, que pediu a devolução da medida ao Executivo.

O setor mais afetado seria o agronegócio, que precisaria seguir regras mais rígidas para a compensação dos tributos pagos sobre insumos na cadeia e não poderia se ressarcir de créditos presumidos, uma espécie de valor citada como benefício fiscal.

Reportagem da Folha mostrou que a proposta azedou os ânimos de empresários com o governo e foi avaliado como uma demonstração de que a gestão atual está buscando tirar dinheiro de onde puder para não cortar gastos.

Ó governo prévio arrecadar até R$ 29,2 bilhões com a MPvalor mais do que suficiente para bancar a desoneração da folha para empresas de 17 setores e de municípios com até 156 mil habitantes.

Entre os grupos beneficiados com a desoneração está o de comunicação, não qual se insira o Grupo Folha, empresa que edita a Folha. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, fabricação e vestuário, construção civil, entre outros.

Além de Pacheco, que tomou a decisão de devolver a medida provisória, o mal-estar envolveu também o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Quando a MP foi publicada, Lira chegou a pedir um pedido à Fazenda. Segundo relatos, o presidente da Câmara disse que a proposta não havia sido negociada anteriormente com ele e que não sabia de antemão do teor do texto.

A interlocutores, o deputado avaliou que seria difícil que o deputado reunisse votos suficientes para ser aprovado na Casa. Ele também relatou já ter recebido diversas ligações de representantes de diferentes setores questionando as possibilidades da proposta.



FOLHA DE SÃO PAULO

ARTIGOS RELACIONADOS
- Advertisment -

Mais popular