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Feira em SP apresenta jato inédito no Brasil; veja vídeo – 14/06/2024 – Mercado


Convidados chegaram em carros de luxo ou desembarcaram de helicópteros no aeroporto executivo Catarina, em São Roque (SP), nesta quinta-feira (13) para ver de perto os jatos expostos pelos fabricantes como EmbraerBombardier e Gulfstream.

Em sua terceira edição, a feira expandiu suas atrações. Além de apresentar iates de luxo pela primeira vez, o evento exposto neste ano o carro voador EH216-S, do fabricante chinês EHang.

Segundo Ronie Winston Guimarães, diretor do aeroporto, a ideia é atrair os clientes de outros empreendimentos da JHSF, como o condomínio de luxo Parque Cidade Jardim, na capital paulista, e a Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz, no interior do estado.

O evento, batizado de Catarina Aviation Show, acontece até o próximo sábado (15) e é fechado para convidados – não há venda de ingressos. Foram cerca de 5.000 convites distribuídos, que incluem potenciais compradores de aeronaves, selecionados entre moradores de condomínios de luxo, pessoas indicadas pelos expositores e proprietários de aeronaves que são clientes do aeroporto.

“A nossa ideia é que os visitantes tenham experiências exclusivas e vejam os lançamentos. Essa exclusividade é um motivador para o participante vir. O comprador de avião tem a possibilidade de comprar quase tudo”, afirma Vinnicius Vieira, showmanager do Catarina AviationShow

Entre os jatos executivos estacionados nos arredores dos hangares do aeroporto, um dos destaques foi o G700, avião fabricado pela companhia americana Gulfstream. Capaz de voar de São Paulo para destinos como Nova York e Maldivas sem fazer desfiles, o modelo é novidade no Brasil.

A Prime You, empresa de compartilhamento de jatos executivos, presidentes, barcos, imóveis e carros, anunciou nesta quinta-feira a aquisição da aeronave pelo valor de US$ 90 milhões (cerca de R$ 482,6 milhões). O avião será dividido entre três cotistas, que poderão fazer o financiamento em até dez anos.

De acordo com Marcus Matta, CEO da Prime You, além do custo de aquisição, os cotistas ficam responsáveis ​​por pagar um custo fixo mensal. A empresa fica responsável pela manutenção, gestão e tripulação.

O modelo G700 tem um alcance de 14,3 mil quilômetros e pode chegar a mais de 1000 km/h. A aeronave pode transportar até 19 passageiros e possui áreas que podem ser customizadas com as preferências do comprador.

A Gulfstream não permitiu que a reportagem entrasse na aeronave e fotografasse seu interior.

Concorrentemente da Gulfstream, a canadense Bombardier liderou o evento com sua aeronave Global 7500, que tem alcance próximo a 14,3 mil milhas e é capaz de fazer voos diretos para lugares como Dubai e Alasca (Estados Unidos). A velocidade máxima chega a 982 km/h. O preço da informação não foi revelado pelo fabricante.

Dentro do jato, os ambientes podem ser redecorados pelo comprador. No avião exposto, era possível ver um cômodo com vários assentos e uma cabine com cama e televisão, entre outras partes da aeronave.

Já a Embraer expôs jatos menores, se comparados aos modelos internacionais apresentados no evento. Por exemplo, o Praetor 600, uma das duas aeronaves na área do fabricante brasileiro, tem alcance de 7.441 milhas, capaz de fazer voos diretos para cidades como Miami (Estados Unidos) e Joanesburgo (África do Sul).

Já o Phenom 300E, o outro jatinho exposto pela companhia, é mais limitado e tem alcance de 3.723 milhas, pouco mais do que a distância entre São Paulo e Santiago (Chile).

A feira vem aproveitando o bom momento no segmento de aviação geral (parte do setor que inclui voos de jatos executivos), impulsionado pela pandemia. Neste ano, o aeroporto catarinense, que recebe apenas jatos executivos, viu o número de voos crescer 40% na comparação com o ano passado, segundo o diretor Guimarães.

O terminal foi aberto no fim de 2019, com apenas dois hangares. Hoje já são 12 e, a partir deste ano, a JHSF planeja inaugurar mais outros cinco hangares.

Guimarães diz que há 110 aviões ocupando os espaços nos hangares do aeroporto. Essas aeronaves representam 30% dos voos do terminal, que também funciona para rotas internacionais e fica aberto 24 horas por dia.

Além do chamado cliente hangarado, a JHSF também recebe passageiros de voos avulsos. Para isso, o dono do jato tem de pagar uma taxa de serviço do aeroporto, que inclui as tarifas de pouso e pernoite. O valor varia entre R$ 500 e R$ 5.000, de acordo com a aeronave.

“Estamos absorvendo a malha estrangulada de São Paulo [capital]. A aeronave não consegue sondar lá e acaba usando o Catarina. Chegou da Europa, o cliente vai ter uma vaga aqui e vai contar com o serviço do aeroporto”, diz Guimarães.

Para a feira, a plataforma de mobilidade urbana avançada Revo disponibilizou rotas de executivo saindo da Faria Lima, da Cidade Jardim e do aeroporto de Guarulhos. A empresa, que funciona como um ubercóptero, está cobrando quase R$ 4.000 pelo trajeto.

A Revo iniciou suas operações em agosto do ano passado e está tendo uma segunda procura acima da expectativa, o CEO da marca, João Welsh. É uma média de 600 passageiros por mês, diz ele.

Um assento de presidente cobrado na rota que vai de Guarulhos para a Cidade Jardim ou para a Faria Lima custa hoje cerca de R$ 2.500.

A Revo já encomendou 50 eVtols (carros voadores) da Eve. Segundo Welsh, a empresa está tentando melhorar a operação para a chegada da nova tecnologia.

O Catarina Aviation Show expõe, pela primeira vez na feira, um modelo de carro voador, o 216-S, da chinesa EHang. O eVtol é avaliado em cerca de US$ 600 mil (pouco mais de R$ 3 milhões) e é vendido no Brasil pela Gohobby.

Há 16 pessoas na lista de espera, segundo o gerente de marketing da Gohobby Alexandre Amaral. A empresa fechou dois pedidos durante a Expo eVTOL, feira do segmento que aconteceu na capital paulista em maio.

O carro vador da eHang ainda aguarda a certificação da Anac para fazer voos comerciais. A expectativa, porém, é que já sejam realizados voos-teste no Brasil ainda neste ano.

O Catarina Aviation Show também reservou um espaço para embarcações de luxo no evento. A Yachtmax, distribuidora no Brasil das marcas Okean e Ferretti, levou o Okean 57, com 18 metros de comprimento e capacidade para comportar até 18 pessoas, e o Ferretti Yachts 550, de 17 metros de comprimento e capacidade para 14 passageiros.



FOLHA DE SÃO PAULO

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