Ó presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira (18) que o ritmo de crescimento das consultas por financiamentos da instituição ocorreu em maio. Segundo Mercadante, a perda de respiração está associada ao que chamou de “ruído político”.
“Sentimos agora no último mês uma redução do ritmo de crescimento das consultas. No meu ponto de vista, tem a ver muito com todo esse ruído”, disse o presidente do BNDES em entrevista após evento no Rio de Janeiro.
Ao longo das últimas semanas, o mercado financeiro declarou preocupação com o Rumo das contas públicas no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao ser questionado por jornalistas sobre o tema, Mercadante percebeu que o quadro fiscal pode estar por trás da turbulência. Contudo, ele buscou valorizar o desempenho positivo dos indicadores de emprego e atividade econômica no Brasil.
“Os dados positivos são muito mais consistentes e sólidos do que o problema fiscal que temos e que precisa ser equacionado”, afirmou.
“O PIB cresceu no ano passado 2,9%. Aí o mercado diz que se surpreendeu, que se surpreendeu com a inflação, que caiu, que se surpreendeu com a taxa de emprego, com o mercado de trabalho. Acho que vai ficar surpreso de novo”, acrescentou.
O Mercadante também foi questionado sobre a expectativa em relação à reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), que se reúne para definir o patamar da taxa básica de juros (Selic) nesta terça e na quarta-feira (19). Analistas de mercado esperam que o ciclo de cortes da taxa seja interrompido.
O presidente do BNDES evitou fazer uma previsão para a reunião. Disse que “já passou o tempo em que fazia projeções e comentários” sobre o assunto. Ele, porém, criticou o nível dos juros no Brasil.
“Com todas as melhorias macroeconômicas, temos a segunda taxa de juros reais maiores do planeta. Disse isso inclusive para o presidente do Banco Central [Roberto Campos Neto] no último debate que tivemos. Temos de analisar o fundo desse modelo, porque precisa ser repensado”, afirmou Mercadante.