domingo, outubro 6, 2024
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Lula diz que Banco Central é a única “coisa desajustada” do país



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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (18) que a única “coisa desajustada” do país é o Banco Central, e que os ricos se apoderaram do Orçamento mas se queixam dos gastos com o “povo pobre “.

“Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante. É o comportamento do Banco Central, essa é uma coisa desajustada. Um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que na minha opinião trabalha muito mais para prejudica o país do que ajudar, porque não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, disse Lula em entrevista à rádio CBN.

Na quarta-feira (19) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai definir o nível da taxa básica de juros (Selic). A expectativa da maioria dos bancos, consultorias e corretoras é de que o juro básico seja mantido em 10,5% ao ano, interrompido um ciclo de cortes iniciado em agosto do ano passado. O governo e o PT, por sua vez, cobram novas reduções, e mais fortes.

Lula criticou o recente encontro do presidente do BC, Roberto Campos Neto, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “O que é importante saber é a quem esse rapaz é designado. Como que ele vai para uma festa de São Paulo quase que assumindo uma carga no governo de São Paulo? Cadê a autonomia dele?”

O presidente disse já ter lidado muito tempo com o Banco Central e que duvida que o Campos Neto tenha mais autonomia do que tinha Henrique Meirelles, que comandou a autoridade monetária nos primeiros governos do petista.

Lula afirmou que escolherá para o comando do Banco Central alguém que não pense apenas em controlar a inflação. O mandato de Campos Neto termina em dezembro.

“Vou escolher um presidente do BC que seja uma pessoa que tenha compromisso com o desenvolvimento desse país, controle da inflação, mas que também tenha na cabeça que a gente não tem que pensar só no controle da inflação. Nós temos que pensar em uma meta de crescimento, porque é o crescimento econômico, da massa salarial que vai permitir a gente controlar a inflação”, declarou o presidente.

Em meio às pressões por corte de despesas do governo, Lula criticou o volume de benefícios fiscais. Segundo ele, tais incentivos são subsídios aos ricos, que se queixam dos gastos do governo. Na segunda-feira, ministros da área econômica afirmaram que o presidente ficou sabendo do valor das renúncias de impostos.

“As pessoas que falam que é preciso parar de gastar são as que têm R$ 546 bilhões de liberado, de desoneração da folha de pagamentos. São os ricos que se empoderaram de uma parte do orçamento do país e eles se queixam de que você está gastando com o povo pobre”, disse Lula.

“Não me venham querer que se faça ajuste em cima do povo pobre deste país. Estou disposto a discutir o orçamento com a maior seriedade com a Câmara, com o Senado, imprensa, empresários, banqueiros, mas para que a gente faça com que o povo humilde, trabalhador, o que mais precisa do estado, não seja prejudicado”, acrescentou o presidente.

Lula voltou a criticar a imprensa e o mercado por chamarem de “gasto” o que para ele é “investimento”. “Normalmente você tem uma guerra histórica em determinados setores dos meios de comunicação e do mercado sobre a questão da utilização dos recursos do Orçamento. E eu tenho uma divergência profunda, e diria até conceitual, sobre o que é gasto e o que é investimento. E, de vez em quando, as pessoas jogam a responsabilidade dos gastos nas políticas que você está implantando, que é pra resolver a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro”, afirmou.

Lula já disse anteriormente que transferências de renda e aumentos salariais para servidores públicos deveriam ser considerados “investimentos”. Os manuais de contas públicas seguidos pelos governos no Brasil e no mundo fora, porém, não tratam assim tais despesas.

Ó glossário oficial de termos orçamentários do Congressopor exemplo, define os investimentos – reunidos no Grupo de Natureza de Despesa (GND) 4 – como despesas externas para “planejamento e execução de obras, realização de programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamento e material permanente e constituição ou aumento de capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro”.



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