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Arroz: Lula diz que financiará áreas para elevar a produção – 21/06/2024 – Mercado


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (21) que o governo federal vai financiar áreas em estados brasileiros que produzem arroz, para que o país não fique dependente “apenas de uma região” — em referência às perdas marcas registradas no Rio Grande do Sul após as cheias.

“Vamos financiar, vamos oferecer o direito de plantar, e a gente vai dar uma garantia de preço para que as pessoas não tenham prejuízo”, disse durante entrevista à Rádio Meio FM, em Teresina.

Ao falar sobre o leilão de importação de arrozLula afirmou que ficou frustrado por conta de uma “falcatrua de uma empresa” e voltou a defender medidas para baixar o preço do produto.

“Eu tomei uma atitude drástica dias atrás, que foi a seguinte: o cara me mostrou no celular dele um pacote de arroz de cinco quilos a R$ 36. Outro me mostrou um pacote a R$ 33. Não é possível. O povo não pode pagar isso, é caro. Aí tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. E depois houve a anulação do leilão, porque houve uma falcatrua numa empresa”, afirmou.

“Mas por que eu vou importar? Porque o arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20, um pacote de cinco quilos. Não dá para ser um preço exorbitante”, acrescentou.

No dia 11 de maio, o governo federal anulou o leilão para a importação de arroz após acusações de falta de capacidade técnica e irregularidades.

O pregão virou alvo de críticas, por exemplo, por ter entre os uma loja de leites vencedora e um empresário que já confessou propinacomo mostrou a Folha. Também surgiram suspeitas de favorecimento que respingaram no secretário de Política Agrícola, Neri Geller.

A saída do secretário aconteceu junto com a anulação do leilão, não que foi interpretada como uma tentativa de vincular o Geller ao fracasso da medida.

Reportagem do site especializado A Agribiz mostrou que a Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e a Foco Corretora de Grãos, que foram criadas no ano passado pelo ex-assessor do então deputado federal Neri Geller, Robson Luiz de Almeida França, intermediaram a venda de quase metade do arroz importado que foi vendido no leilão da Conab.

O filho de Neri Geller, Marcelo Piccini Geller, é sócio em outro empreendimento de Robson Luiz de Almeida França.

Em entrevista à Folhao agora ex-secretário disse que o leilão foi um erro político —mas não dele. Em sua visão, as denúncias tomaram uma grande proporção justamente para atingi-lo.

Geller afirmou que não teve responsabilidade sobre o leilão, porque não atuou em sua elaboração. Ao contrário do que alegou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ele afirma que não pediu demissão da carga e que, na verdade, seu ex-superior não lhe atendeu quando forneceu a informação sobre a saída da pasta.

O ex-assessor confirmou que trabalhei com Geller em 2020, mas revelou que não tinha mais proximidade com o ex-chefe. França afirmou que a criação da BMT e da Foco Corretora foi legal, e negou ser amigo do ex-secretário.

Integrantes do governo que participaram da elaboração de certame defenderam que a medida estava dentro da legalidade e reafirmaram que o governo não chegou a pagar pelo arroz (o que só ocorre quando o produto chega aos armazéns da companhia).

Além disso, há uma avaliação de que o tema foi politizado. A oposição, muito ligada ao agronegócio, sobretudo no sul do país, foi crítica ferrenha da realização da compra de arroz estrangeiro. E, nas redes sociais e no Congresso, o assunto foi muito explorado.

Em evento no Rio de Janeiro no dia seguinte ao cancelamento do leilão, Fávaro afirmou que o governo anulou o certo por não ter “compromisso com o erro” e disse que não há “caça às bruxas” nem “julgamento precipitado” na demissão de Geller .

O ministro também prometeu que um outro certame será realizado por meio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

A expectativa mais conservadora dos integrantes do governo é de que o próximo certo será realizado em, no máximo, 60 dias.

A Conab tem costume de realizar leilões nacionais, mas de importação é a primeira desde os anos 1980. Assim, agora os técnicos vão fazer revisão de normas e procedimentos para melhor adequá-lo.

Uma das novidades deve ser a exigência da autorização de operação de comércio exterior, do sistema Radar, da Receita Federal. É um documento que habilita empresas com condições de operar no mercado internacional.



FOLHA DE SÃO PAULO

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