domingo, outubro 6, 2024
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MDB se tornou principal adversário de Lula mesmo tendo ministérios, diz ministro



O ministro Márcio França, do Empreendedorismo, afirma que o MDB é atualmente o “adversário principal” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo três ocupados ministérios da Esplanada – entre eles um dos principais, o do Planejamento e Orçamento com Simone Tebet.

O pessimismo se dá pela conta da participação do partido na eleição municipal de São Paulo, que terá o atual prefeito Ricardo Nunes concorrendo à reeleição com o coronel Mello Araújo como vice. O militar foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para compor a aliança de centro-direita no maior colégio eleitoral do país.

“Hoje, por exemplo, o MDB é o adversário principal [do governo]. Tem o candidato que teoricamente representa o bolsonarismo na capital paulista. O MDB de São Paulo também controla o MDB nacional”, disse França em entrevista ao jornal O Globo publicado neste domingo (23).

Para ele, Lula precisará fazer uma reforma ministerial após as eleições municipais, dependendo de como os partidos da base governamental se saírem pelo país. “Certamente, no pós-eleições, teremos necessidade de fazer o rearranjo. O MDB do Nordeste tem muita cobertura com o presidente Lula, mas não tem o controle numérico do partido”, apontou.

Na semana passada, em meio ao indiciamento do ministro Juscelino Filho, das Comunicações, Lula foi indagado se pudesse mexer nos titulares da Esplanada – até por conta da dificuldade de conseguir votos de partidos de base, como União Brasil e PSD. Ele, no entanto, negou que vá mexer no momento.

França reconhece que há uma dificuldade em ter uma base mais heterogênea, mas há pouco a se fazer principalmente por conta do aumento das emendas parlamentares. Isso é alvo de críticas constantes dos aliados mais próximos.

“O governo permitiu a desculpa que eles [parlamentares] queremos para poder votar um favor. Se eu não faço parte do governo, vote contra. Agora, se faço parte do governo, pelo menos um pouco eu voto a favor. Hoje, com esse número de padrão e valores de emendas, ter ministério ou não passou a ser um pouco secundário. O valor expressivo das emendas é muito mais decisivo para o efeito de ter rapidez e votação”, pontual.

A eleição na capital paulista é vista como crucial pelo governo e pela articulação política que pode sair depois. Lula tem se empenhado pessoalmente para apoiar Guilherme Boulos (PSOL), principal adversário de Nunes.

Para o ministro Márcio França, uma eventual eleição em primeiro turno de Nunes será uma derrota para Lula. “Por isso, a existência da Tabata (Amaral, como candidata) tranquiliza. Com ela, a propriedade estará em um turno. Com Pablo Marçal, é praticamente impossível. É sempre bom ganhar, mas não seria derrota grave, se for segundo turno”, disse.



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