sábado, outubro 5, 2024
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Lula diz que há poucas mulheres capacitadas a cargos no governo



O presidente Lula afirmou na quarta-feira (26), em entrevista ao portal UOLque não coloca mais negros e mulheres em cargos no seu governo por “falta de oferta” de profissionais com essas características. Para ele, a pouca participação destes grupos sociais na política ao longo da história tem como resultado uma menor quantidade de mulheres e negros capazes de ocupar esses cargos.

“Como a mulher não teve participação ativa durante muito tempo, fica mais encontrar mulher para determinadas cargas, e fica mais encontrar negros para determinadas cargas. Não é difícil que não tenha, é que a oferta é menor, na medida em que, embora seja a maioria da população, não teve uma participação política histórica mais contundente”, afirmou.

Nas redes sociais, os usuários criticaram a falta de repercussão, nos meios de comunicação, do caráter discriminatório da fala de Lula, e do duplo padrão da esquerda. “Segundo Lula negros e mulheres são incompetentes? Ou estou ficando doido? Se fosse o Bolsonaro falando a mesma coisa…”, questionou um usuário do X, em uma postagem com centenas de curtidas.

Em diversas graças ao longo de seu período na Presidência, Jair Bolsonaro (PL-RJ) sofreu acusações de machismo. No caso último, em 2022, uma ofensa pessoal dirigida contra a jornalista Vera Magalhães, célebre inimiga política de Bolsonaro, foi interpretada como um caso de misoginia e constatada em notas de relatório de associações, análises e reportagens sobre o comportamento do ex-presidente.

Lula coleciona declarações que deixam duplo padrão em evidência

Em um ano e meio de mandato, Lula já coleciona declarações que colocam em evidência um duplo padrão de alguns meios de comunicação e grupos políticos.

Na própria quarta-feira (26), o presidente chamou de “cretinos” os jornalistas que associaram a entrevista que ele concedeu ao UOL à alta no dólar, que ocorreu no mesmo dia. Um dos veículos jornalísticos que fez essa associação foi o próprio UOLque publicou uma matéria com o título: “Após falas de Lula ao UOLdólar termina dia em alta de 1,2%, a R$ 5,5188″.

“Veja o que aconteceu ontem: quando eu terminei a entrevista, a manchete de alguns comentaristas era que o dólar subiu pela entrevista do Lula. Esses cretinos não percebem que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar entrevista”, afirmou Lula.

Em 2021, quando Bolsonaro se irritou com uma pergunta de um repórter e ele disse: “deixa de ser idiota”, alguns veículos classificaram a fala como um “ataque”, e a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) soltou uma nota de repúdio contra uma atitude.

Outras falas de Lula também foram ignoradas por movimentos que, em situações semelhantes envolvendo políticas de visões ideológicas diferentes, tendem a reagir. Em fevereiro, quando ele afirmou que afrodescendente “gosta de um batuque, de um tambor” e falou em “gratidão” pelo tempo de escravidão no Brasil, uma ocorrência de grupos de esquerda foi tímida.

Em maio, Lula disse que o fim da isenção de taxas nas compras internacionais de até US$ 50 poderia prejudicar especialmente mulheres, que, segundo ele, compram “muita bugiganga” em sites como Shopee, Shein e AliExpress.

Em 2023, ao se referir a pessoas com deficiência mental, Lula afirmou que elas têm “desequilíbrio de parafuso”. “A OMS sempre afirmou que, na humanidade, deve haver mais ou menos 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental. Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil, com 220 milhões de habitantes, significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso”, disse.



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