O dólar voltou a operar em alta nesta sexta-feira (28) e atingiu R$ 5.585 no máximo da sessão, no dia de disputa entre agentes de mercado pela formação da Ptax, uma taxa de câmbio calculado pelo Banco Central que serve como referência para a liquidação de contratos futuros.
No fim de cada mês, os agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
A disputa pela Ptax ajudou a manter o dólar no campo positivo, ainda que no exterior a moeda norte-americana caísse ante divisas como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.
Além da formação da Ptax, o mercado volta a atenções novamente para declarações de Lula, que nos últimos dias têm influenciado diretamente as cotações no Brasil.
Em entrevista à rádio O Tempo, durante visita a Minas Gerais, Lula disse que os recentes ganhos do dólar contra o real são consequência de especulação com derivativos, acrescentando que o Banco Central tem a obrigação de investigar a situação.
Ele também afirmou que o patamar atual da taxa básica Selic, de 10,50% ao ano, é “irreal”, defendendo que a inflação está “controlada”.
No exterior, investidores repercutem novos dados de inflação nos Estados Unidos que demonstram desaceleração de altos preços no país. O índice PCE, mais acompanhado pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) para suas decisões sobre juros, caiu para 2,6% em maio, após ter avançado 2,7% em abril.
Na Bolsa brasileira, o Ibovespa começou o dia oscilando, mas engatou queda.
Às 11h20, o dólar subia 1,28%, cotado a R$ 5.578, enquanto o Ibovespa caía 0,71%, aos 123.718 pontos.
Com Reuters