sábado, julho 6, 2024
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Resíduos orgânicos são recicláveis? Veja vídeo – 30/06/2024 – Ambiente


O que o aumento da temperatura no planeta tem a ver com os resíduos orgânicos que você produz em casa?

O setor de gestão de resíduos é o segundo maior emissor de metano do Brasil, responsável por cerca de 10% das emissões humanas no país.

O metano é um dos seis gases de efeito estufa, responsável por parte significativa do aquecimento global porque sua ação, apesar de durar apenas 20 anos, é 80 vezes mais potente do que o do gás carbônico.

E como são justamente os resíduos orgânicos –compostos por restos de alimentos e plantas– aqueles que mais emitem esse gás quando entram em depósito em aterros e lixões, e aí está o elo entre o descarte doméstico de orgânicos e o aumento da temperatura que a gente tem visto no planeta.

Mas esses resíduos podem ser reciclados, o que envolve mudanças de hábitos dos consumidores e infraestrutura para a coleta e a compostagem, o que pode mitigar emissões cruciais para a crise do clima e ainda gerar compostos orgânicos e fertilizantes ricos em nutrientes.

Na França, desde janeiro de 2024, a compostagem de 30% dos resíduos orgânicos domésticos é obrigatória e faz parte do plano de transição ecológica do país.

No Brasil, resíduos orgânicos correspondem a quase 50% do total de resíduos sólidos urbanos produzidos. Ou seja, quase metade dos 80 milhões de toneladas de lixo geradas por ano no país são cascatas de frutas e legumes, restos de alimentos e podas de vegetais.

Essa proporção varia de um país para outro. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, os orgânicos correspondem, em média, a um terço dos resíduos. Já na Índia e na Nicarágua, dois terços.

Isso porque a produção de resíduos orgânicos varia também de acordo com a renda de quem os produz. Quanto maior a renda, menor a proporção de orgânicos porque, com mais recursos, há maior consumo de alimentos pré-preparados, de refeições via delivery e de produtos cujas embalagens geram resíduos. Entre os grupos de renda baixa, os resíduos orgânicos chegam a 65% do total.

Uma vez gerados, os orgânicos precisam ser separados dos outros resíduos para que sejam reciclados. Na verdade, o certo é que a separação doméstica seja feita em três frações: uma para os orgânicos, outra para os recicláveis ​​secos, como papelão, plástico, vidro e metais, e outra para o rejeito, como fraldas, chicletes, esponjas e papel higiênico usado. Só o rejeitado deveria ir para os aterros.

Hoje, quase 60% dos resíduos sólidos urbanos, são eles orgânicos ou recicláveis, vão para aterros sanitários. Alternativas ao aterro, quando se fala em resíduos orgânicos, são a compostagem e a biodegradação anaeróbica.

Na biodigestão anaeróbica, dentro de tanques ou recipientes fechados, a decomposição acontece sem a presença de ar, mas o metano produzido é capturado para a produção de biogáse o que sobra pode ser usado como adubo em plantações.

Já a compostagem é um processo biológico de degradação e reciclagem de resíduos que produz um composto orgânico e um fertilizante líquido orgânico. Nenhum país do agronegócio, que importa 85% de seus fertilizantes químicos, o potencial para o uso de uma versão mais barata e natural de fertilizantes é enorme.

Existem várias maneiras de fazer compostagem. Tem gente que faz compostagem seca em casa, ou seja, coloca restos de frutas, verduras e legumes diretamente em vasos de plantas, e cobre com folhas secas do próprio jardim.

Dá pra fazer isso em maior escala em casa com o uso de composteiras domésticas. Existem versões prontas no mercado, mas elas também podem ser improvisadas em casa com baldes ou caixas de plástico.

São soluções individuais ou de pequeno porte na ausência de serviços públicos de coleta de resíduos orgânicos. Hoje existem sistemas específicos para organismos em países como Itália, Chile e Filipinas. No Brasil, Florianópolis começou a estruturar o seu e já faz a compostagem de 10% dos seus resíduos orgânicos.



FOLHA DE SÃO PAULO

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