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Contingenciamento será do tamanho necessário para cumprir arcabouço fiscal, diz Haddad – 01/07/2024 – Mercado


O ministro da Fazenda, Fernando Haddaddisse nesta segunda-feira (1º) que o contingência de despesas no Orçamento de 2024 será do “tamanho necessário” para cumprir as regras do arcabouço fiscal.

Ele afirmou também que o governo está comprometido em respeitar o limite de despesas, mas evitou antecipar medidas de revisão de gastos que serão adotadas pelo governo para atingir esse objetivo. Segundo o ministro, qualquer anúncio formal vai depender de uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As declarações foram dadas aos jornalistas na portaria do Ministério da Fazendaem Brasília, após mais um dia de alta no dólar. A moeda americana fechou em R$ 5.652o maior valor nominal desde janeiro de 2022, impulsionado por fatores externos e também pela incerteza dos agentes com a trajetória fiscal do Brasil.

“Nós temos um arcabouço fiscal que tem que ser cumprido. Então, ele [o contingenciamento] vai ser do tamanho necessário para que nossas metas sejam atingidas. Quanto ao ponto de vista da despesa, que tem um teto, quanto ao ponto de vista da receita, para que nos aproximemos dentro da faixa da meta de 2024. É o nosso esforço”, disse Haddad.

Como mostrado a Folhacálculos de analistas do mercado financeiro apontam a necessidade de um contingência de R$ 15 bilhões a R$ 46 bilhões para atingir a meta fiscal de déficit zero neste ano, mas há dúvidas no mercado quanto à provisão do governo em efetuar o bloqueio necessário, dado que isso pode gerar despesas politicamente sensíveis, como investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O contingência é a ferramenta usada para conter gastos quando a meta fiscal está sob risco devido à frustração de receitas. O governo também está diante de outro problema: o crescimento acelerado de despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários.

A equipe econômica promete ações de revisão de gastos, mas as incertezas também cercam essa agenda.

O ministro afirmou que terá uma reunião com Lula na quarta-feira (3) para “tratar da questão econômica”, mas não recebemos nenhuma medida específica. “Isso [anúncio de medidas] quem decide é o presidente”, disse Haddad.

O ministro ainda foi questionado mais duas vezes sobre previsão de dados para detalhamento das revisões de dados, mas ele respondeu que o tema ainda será alvo de decisão.

“Isso é da competência da Presidência da República, anúncio e autorização para tomada de medidas. Mas as equipes estão trabalhando diuturnamente. Ninguém para trabalhar aqui”, afirmou. “Vamos fechar um diagnóstico sobre a execução do Orçamento 2024 e a apresentação do Orçamento 2025. Nós estamos trabalhando.”

Nos últimos dias, diferentes declarações de Lula adequadas em xeque a necessidade de cortar gastos Estes são para azedar o humor no mercado financeiro e ampliar as desconfianças em relação ao compromisso do governo com o ajuste nas contas públicas.

Nesta segunda, o presidente voltou a dizer que não vai proporcionar a desvinculação entre benefícios sociais e o salário mínimo. Como mostrado a Folhaa regra de valorização do piso deve poderá a despesa da Previdência em ao menos R$ 100 bilhões nos próximos quatro anos.

Questionado se as declarações de Lula não atrapalham a estratégia da equipe econômica, Haddad disse que “o presidente tem um compromisso de não fazer justiça”.

“Esse compromisso vai ser respeitado pela equipe econômica. Nós entendemos perfeitamente a preocupação dele, e por isso não estamos nos atendo a um item. Nós estamos fazendo um diagnóstico geral das questões que estão sendo enfrentadas. Estamos fazendo isso com a Casa Civil, para levar para ele. Além do Planejamento, evidentemente. As três áreas [vão] apresentar um diagnóstico”, afirmou.

Haddad disse ainda que o patamar atual do dólar está muito alto. “Apesar da desvalorização ter acontecido no mundo todo de uma maneira geral, aqui ela foi maior do que nos nossos pares. Colômbia, Chile, México também tiveram”, afirmou.

Ele preferiu não comentar se o Banco Central deveria fazer uma intervenção no mercado para conter o avanço da moeda americana frente ao real.

“Isso é assunto do Banco Centralnão é assunto da Fazenda”, afirmou. “Mas eu acredito que vai acomodar. Vai acomodar, porque a hora que esse processo [das propostas] se desdobrar, isso tende a reverter, na minha opinião”, disse.

O ministro atribuiu a depreciação do Trocar a “muitos ruídos” e disse que o governo precisa “comunicar melhores resultados econômicos que o país está atingindo”.

Segundo ele, o ato de descer do gabinete e falar aos jornalistas no horário de sua saída do ministério já faz parte dessa estratégia de mudança de comunicação.

“Estou fazendo aqui uma mudança de comunicação. É importante, estou vindo aqui diante de vocês e dizer como é que terminou o semestre, quais são nossas perspectivas. Agora, mãe, tem um tempo de maturação das propostas. O presidente não vai tomar uma decisão sem saber a quem isso [atinge]… [Lula] Vai tomar uma decisão segura de que as pessoas que precisam ser protegidas serão protegidas”, disse Haddad.



FOLHA DE SÃO PAULO

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