Taylor Swift se apresenta no palco durante “Taylor Swift | The Eras Tour” no Aviva Stadium em Dublin, Irlanda, em 28 de junho de 2024.
Charles Mcquillan/tas24 | Getty Images Entretenimento | Getty Images
A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse terça-feira que a turnê Eras Tour de Taylor Swift não é a única a manter a inflação alta na zona do euro.
Lagarde disse que, embora a inflação dos serviços tenha permanecido estável no mês passado no bloco de 20 países, coincidindo com a parte europeia da turnê esgotada de Swift, ela não pode ser atribuída a apenas um artista.
“Não é só Taylor Swift, sabia?”, Lagarde disse a Sara Eisen, da CNBC, em Sintra, Portugal. “Outros também vieram.”
Lagarde estava respondendo a uma pergunta sobre se a turnê de Swift impulsionou a inflação de serviços, uma das medidas observadas de perto pelo BCE.
O impacto econômico da turnê esgotada de Swift foi bem documentado e ocorre em meio a preocupações de que os bancos centrais ainda não estejam livres da crise na luta contra a inflação.
Termos como “Swiftflation” e “Swiftonomics” surgiram no ano passado após um aumento nos gastos com serviços como hotéis, voos e restaurantes em torno de suas apresentações. Analistas até sugeriram que o impacto nas principais leituras de inflação do Reino Unido durante suas datas em Londres poderia levar o Banco da Inglaterra a adiar um corte de taxa de juros previsto para setembro.

No entanto, o aumento dos gastos do consumidor em torno de grandes turnês musicais de outros artistas, como Bruce Springsteen, Pink e Sting, também estaria proporcionando um impulso econômico.
“Os serviços são a questão difícil”, observou Lagarde, acrescentando que “ainda não se sabe” se essa rigidez é permanente.
A inflação de serviços na zona do euro se manteve estável em 4,1% em junho, informou a agência de estatísticas da União Europeia na terça-feira. A inflação básica, excluindo os efeitos voláteis de energia, alimentos, álcool e tabaco, ficou em 2,9% em relação ao mês anterior, um pouco acima dos 2,8% previstos pelos economistas.
Enquanto isso, a inflação geral caiu para 2,5% em junho, abaixo dos 2,6% em maio e em linha com as expectativas dos economistas consultados pela Reuters.
Lagarde discursou na conferência anual de política monetária do BCE, onde banqueiros centrais globais se reuniram para discutir as perspectivas inflacionárias e o caminho futuro para as taxas de juros.
Ela acrescentou que o BCE está agora “muito avançado” em controlar a inflação, mas observou que as incertezas permanecem.
“Estamos muito avançados nesse caminho desinflacionário”, disse ela. “Estamos nessa recuperação lenta que surgiu no primeiro trimestre e que esperamos que persevere.”
O BCE cortou as taxas de juros no mês passado pela primeira vez em quase cinco anos, reduzindo sua taxa básica de juros para 3,75% de um recorde de 4%. Analistas agora esperar o BCE cortará as taxas mais duas vezes este ano, em setembro e dezembro.
— Jenni Reid, da CNBC, contribuiu para esta reportagem.