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Oficinas mecânicas do RS lotam após encher carros – 03/07/2024 – Mercado


Oficinas mecânicas de parte do Rio Grande do Sul há muitas carrinhas à espera de reboques. O motivo da procura em alta é o estrago causado pelas enchentes de descontos históricos no estado.

Estima-se que a catástrofe ambiental de abril e maio tenha atingido cerca de 200 mil veículos. Com a demanda elevada pelos reparos, o tempo médio para a realização dos serviços ficou mais longo nas oficinas, apontando o Sindirepa-RS (Sindicato da Indústria da Reparação de Veículos e Acessórios no Estado do Rio Grande do Sul).

Segundo Paulo Paim, presidente da entidade empresarial, um carro com necessidade de restaurantes na área de funilaria poderia levar em torno de 15 dias para ser liberado antes dos enchentes. Agora, a projeção para a conclusão dos arranjos pode levar até 60 dias.

“É muita demanda. As oficinas estão com 60, 70 carros no pátio para arrumar. O tempo maior não é o de serviço. É o de espera no pátio”, afirma Paim.

Além da procura aquecida, parte do setor segue fechada após as inundações, o que também ajuda a explicar o prazo mais extenso para a realização dos serviços. Porto Alegre e municípios da região metropolitana estão entre os mais impactados.

Conforme o Sindirepa-RS, os acordos atingiram cerca de 2.600 oficinas no estado. Cerca de 750 permaneceram fora de operação na segunda-feira (1º), de acordo com a entidade.

Soma-se a isso, diz Paim, a dificuldade histórica do setor para conseguir mão de obra preparada para o atendimento das demandas.

“Essa falta de mão de obra é histórica e é fruto de um erro nosso, de não divulgar, por exemplo, informações sobre quanto ganha um mecânico.”

De acordo com o dirigente empresarial, o recrutamento para o trabalhador com qualificação profissional pode partir da faixa de R$ 3.000 a R$ 3.500, chegando ao patamar de R$ 6.000 ao longo da carreira.

“Se hoje tivéssemos mais de 2.000 pessoas qualificadas para trabalhar, elas teriam emprego”, afirma Paim. Ele prevê uma normalização da demanda por deslocamentos no setor apenas a partir do início do próximo ano.

Antes disso, o Sindirepa-RS planeja lançar um programa de qualificação de mão de obra voltado para alunos que estão concluindo o ensino médio. A ideia é desenvolver as atividades no contraturno escolar a partir de agosto, conforme Paim.

A oficina mecânica de Glauco Dias, 51, no município de Canoas, na Grande Porto Alegreestá entre aquelas com aumento na demanda por serviços.

Antes da crise climática, o local recebeu cerca de 180 carros por mês. Após a tragédia das chuvas, o número de veículos aumentou para a faixa de 250.

“A procura é até maior do que isso, mas a gente não consegue pegar”, declara Dias.

Ele teve a casa atingida pela água, enquanto a oficina ficou imune às inundações. “Temos um volume que Podemos receber [de carros]mas está fracionado”, afirma.

As enchentes de abril e maio também alagaram veículos distribuídos no Rio Grande do Sul. As lojas projetam um prejuízo bilionário com a destruição de carros e infraestrutura de prédios.

Depois da catástrofe, empresas atingidas em diferentes setores da economia local eles se mudariam para mais longe dos rios. A ideia foi buscar maior segurança para a tentativa de retomar as operações.



FOLHA DE SÃO PAULO

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