sábado, outubro 5, 2024
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Aliados de Bolsonaro criticam PF por indiciamento



Aliados de Jair Bolsonaro (PL) criticaram o indiciamento do ex-presidente pela Polícia Federal no inquérito que investiga a venda de presentes oficiais. A PF atribui a Bolsonaro os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Outras 11 pessoas também foram indicadas no caso das joias.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apontou que o ex-mandatário sofre “perseguição” e questionou a atuação de investigadores “escalados a dedo para a missão”. O inquérito foi aberto no ano passado após o Estadão revelar que a comitiva presidencial tentou entrar no país com kits de joias sauditas sem a devida declaração.

“A perseguição a Bolsonaro é declarada e descarada! Alguém ganha um presente, uma comissão de servidores públicos decide que ele é seu. A questão do TCU e o presente é repassado à União. Não há dano ao erário! Aí o grupo de PFs, escalados a dedo pra missão, indiciam a pessoa”, disse o senador no X.

Outro filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) concordou com a publicação de Flávio sobre o indiciamento. O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, disse ao jornal O Globo que “a PF tem que prender traficantes e não Bolsonaro”.

Na mesma linha, o líder da oposição no Congresso, senador Marcos Rogério (PL-RO), disse que a PF atua como o “braço aparelhado do governo” Lula para “perseguir opositores políticos”.

“Olha o nível de perseguição contra o presidente Bolsonaro. Algo nunca visto antes! Primeiro, não havia prerrogativa de foro para que o ex-presidente fosse julgado no STF. O entendimento foi modificado justamente agora”, disse o líder da oposição.

“Não nos causa estranheza a mudança drástica na PF, que executava mega operações contra a corrupção e o assalto aos cofres públicos, como nos casos do Petrolão e Mensalão, para se tornar um braço aparelhado do governo, com objetivo de perseguir opositores políticos”, acrescentou.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) também considera “perseguição” o indiciamento do ex-mandatário. “Fazem de tudo, mas todo o Brasil sabe que Jair Bolsonaro não é corrupto! Minha total e irrestrita solidariedade”, afirmou o parlamentar no X.

Moro compara indiciamento de Bolsonaro à investigação contra Lula

O senador Sergio Moro (União-PR), que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, comparou o indiciamento do ex-presidente às investigações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em maio deste ano, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) afirmou que o petista não solicitará a devolução de um relógio de luxo ganho em 2005 durante seu primeiro mandato. A peça, avaliada em R$ 60 mil, é um Cartier Santos Dumont feito de ouro branco 18 quilates, prata 750 e com uma pedra safira azul.

“Lula não foi indicado por peculato por se apropriar de presentes que recebeu na Presidência. Mesmo durante a Lava Jato tudo foi tratado como uma infração administrativa dada a ambiguidade da lei. Os crimes foram outros. Há uma diferença notável de tratamento entre situações semelhantes”, disse o ex-juiz da Lava Jato.

Em 2023, o TCUPB que apresenta oficiais de alto valor comercial, mesmo que sejam de caráter personalíssimo, deve ser repassado à União. A determinação foi feita com base em uma resolução de 2016.

No entanto, a área técnica da Corte de contas avaliou que o entendimento fixador não pode ser aplicado de maneira retroativa. Com isso, foi indicado que Lula poderá manter o relógio que ganhou em 2005. O parecer técnico ainda será analisado pelo plenário do TCU.

Governantes comemoram e falam em prisão após indiciamento de Bolsonaro

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o indiciamento de Bolsonaro é “mais um passo em busca da verdade e da Justiça”. Para Gleisi, “essa é apenas uma das muitas contas que ele terá de prestar pelos crimes cometidos contra o país e contra o mandato que recebeu”.

“Deve ser por isso que o inelegível anda tão nervoso nas redes sociais. Não tente desviar as atenções, Bolsonaro, falando mentiras sobre um presidente e um governo que estão bombardeando o que você destruiu. Quem está a caminho do banco dos réus é você”, disse a deputada.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que “ninguém está acima da lei” e defendeu a atuação da PF. “Esta ação da Polícia Federal é prova de tudo aquilo que sempre denunciamos e de que ninguém está acima da lei. Seguimos confiantes nas instituições brasileiras e na luta contra a corrupção e em defesa da democracia!”, afirmou Carvalho.

O deputado federal André Janones (Avante-MG) também comentou a decisão da PF contra o ex-presidente. “A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro no caso das joias, agora cabe à PGR denunciá-lo ou arquivá-lo, se for denunciado, Bolsonaro pode acabar na cadeia”, disse.

“Grande dia: Bolsonaro acaba de ser indiciado pela Polícia Federal por peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso das joias. Prova que os crimes cometidos por ele e sua trupe não ficarão impunes!”, disse o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).

O vice-líder do governo na Câmara, Rogério Correia (PT-MG), disse que Bolsonaro “além de inelegível, vai acabar preso”.



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