O dólar abriu em estabilidade nesta segunda-feira (8), enquanto o mercado aguarda a divulgação de novos dados de inflação nos Estados Unidos.
Às 9h09, a moeda subia 0,10%, cotada a R$ 5,4683. No cenário nacional, os investidores aguardam também os levantamentos sobre aumento de preços no Brasil.
No exterior, as apostas sobre quando ocorrerá o primeiro corte de juros nos EUA continuarão sendo o foco de investidores. Os dados de emprego e de inflação divulgados recentemente apontaram para uma desaceleração da economia americana, aumento ou otimismo sobre uma possível redução das taxas neste ano.
As autoridades do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) continuam afirmando, no entanto, que ainda precisam de novos dados para obter confiança em iniciar o ciclo de afrouxamento monetário.
Na última sexta (5), ou dólar fechou em queda de 0,43%cotado a R$ 5.461, limitando uma sequência de fortes altas registradas em sessões anteriores.
O principal motor da divisão foi a divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos. Durante a semana, no entanto, as atenções se voltaram para o cenário interno, em especial as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a responsabilidade fiscal do governo.
Na sexta, Lula disse que a economia não vai quebrar e que não adianta falar de responsabilidade fiscal com ele.
“Não adianta falar de responsabilidade fiscal, porque, se tem uma coisa que eu aprendi com a dona Lindu [a mãe do presidente]era responsabilidade fiscal, cuidar do meu pagamento, cuidar do meu salário, cuidar da minha família. E hoje a minha família é o Brasil”, afirmou, em evento no campus Osasco da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na Grande São Paulo.
Como falas polêmicas após sucessivas críticas do presidente ao Banco Central do Brasil e sinalizações de que não haveria espaço para corte de gastos no governo, o que fez com que o dólar atingisse a marca de R$ 5,66 no início da semana. Com as declarações no sentido contrário, o mercado teve alívio momentâneo, o que se refletiu na queda da divisa.
O mercado também repercutiu a divulgação de um relatório de emprego nos Estados Unidos, o chamado “payroll”, que deu sinais mistos. Por um lado, foram criadas 206 mil vagas de emprego no país em junho, acima das expectativas de 190 mil economistas consultados pela Reuters. De outro, o desemprego subiu para 4,1%, de 4,0% em maio.
Quando somado à moderação dos preços em maio, o relatório confirmou que a tendência desinflacionária está de volta aos trilhos após o aumento da inflação no primeiro trimestre. Isso também pode elevar a confiança das autoridades do Fed em relação às perspectivas de inflação e empurrar o banco central dos EUA um passo mais perto de começar a cortar os juros ainda este ano, o que colaborou no movimento de queda do dólar no Brasil.
Com Reuters