Na manhã desta quarta-feira (10), a Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Caixa Econômica Federal (CEF), deflagrou uma operação em cinco estados do país para “desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes a programas de transferência de renda”.
De acordo com um comunicado da PF, os policiais cumprem 11 mandados de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Piauí.
“Durante as investigações, constatou-se a participação de um funcionário e duas funcionárias terceirizadas do banco, que foram cooptadas pela quadrilha em câmbio de propina para realizar a liberação do acesso dos criminosos ao aplicativo CAIXA-TEM, que gerencia as contas sociais digitais da instituição financeira e pelo qual são geridos os valores de benefícios sociais, entre eles o Auxílio Emergencial”, diz um trecho do comunicado da PF.
“Logo após a liberação realizada pelos funcionários, os criminosos se apropriavam das contas digitais sociais de terceiros por meio do aplicativo CAIXA-TEM e desviavam valores oriundos de programas de transferência de renda”, informou a PF em outro trecho.
Segundo a PF, os investigados abriram diversas contas bancárias em nome de moradores de rua, em clara situação de vulnerabilidade social, para receber os valores referentes aos benefícios sociais.
Em seguida, os valores foram transferidos para as contas dos integrantes da quadrilha.
“Uma análise das contas bancárias utilizadas pela organização criminosa levou à conclusão de que elas foram abertas em nome de terceiros que não tinham conhecimento sobre as fraudes, e foram utilizadas unicamente para abrigar o montante desviado das contas digitais sociais”, disse a PF.
O prejuízo estimado pelos investigadores é de cerca de R$ 10 milhões.
Além do crime de integrar organização criminosa, os investigados responderão por crimes de furto qualificado, inserção de dados falsos em sistema de informações e lavagem de dinheiro.