TM Roh, chefe de negócios móveis da Samsung, fala sobre o Galaxy AI no evento Galaxy Unpacked em Paris, França.
Arjun Kharpal | CNBC
Mas a China, o maior mercado de smartphones do mundo, tem sido uma luta para a Samsung nos últimos anos. Sua participação de mercado para smartphones fica abaixo de 1%, com players locais como a Huawei dominando.
A Samsung vem tentando há vários anos reformular sua estratégia na China com pouco sucesso. Agora, a gigante da tecnologia espera que a IA seja capaz de dar a ela os recursos que seus smartphones precisam para atrair usuários chineses.
“Estamos desenvolvendo especialmente e vamos desenvolver especialmente nossos recursos de IA do Galaxy para esse mercado”, disse TM Roh, chefe de negócios móveis da Samsung, à CNBC em coreano por meio de um tradutor durante uma entrevista.
“Acredito que, ao fazer esforços para criar IA móvel para a China, uma IA móvel que possa satisfazer o que os consumidores chineses desejam, ao avançar essa tecnologia, contribuiremos para a recuperação que teremos no mercado chinês”, disse ele.
Roh não deu muitos detalhes sobre como seria a IA do Galaxy na China, mas disse que dependerá do trabalho com empresas locais de tecnologia e internet.
Por exemplo, este ano, Baidu integrou seu chatbot Ernie aos smartphones Galaxy S24 da Samsung, em uma parceria entre as duas empresas.
A IA na China é complicada devido às regulamentações rígidas em torno da tecnologia e ao controle de Pequim sobre o cenário da internet.
Empresas estrangeiras que desejam lançar recursos de IA na China provavelmente precisarão fazer parcerias com empresas locais.
A Apple, que anunciou seu conjunto de recursos de inteligência artificial Apple Intelligence este ano, ainda não deu nenhuma data para seu lançamento na China, pois provavelmente enfrentará desafios semelhantes aos da Samsung.
Francisco Jeronimo, vice-presidente de pesquisa de dispositivos para Europa, Oriente Médio e África da IDC, disse à CNBC que a introdução de recursos de IA na China “não fará uma grande diferença” em seu destino, já que o conhecimento da marca Samsung é muito baixo e os concorrentes chineses também estão introduzindo aplicativos rivais.
“Todos nós sabemos que a China é um mercado e país líder em IA. O que a Samsung pode trazer ao mercado de tão único para que os consumidores chineses joguem fora seus smartphones Huawei, Xiaomi e Honor e comprem um Samsung?” questionou Jeronimo.
Roh admitiu que a concorrência no mercado de smartphones da China é “mais acirrada do que em qualquer outro lugar”.
Ele disse que a estratégia da Samsung na China gira em torno da introdução de dispositivos premium no mercado e da expansão dos canais de distribuição e vendas no varejo.
“Atualmente, embora de forma fragmentada, estamos progredindo passo a passo, estamos unindo esforços para criar produtos e recursos que serão desejados pelos consumidores e que podem satisfazer os consumidores”, disse Roh.