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FMI reduz tarde previsão de crescimento do Brasil – 11/07/2024 – Mercado


O FMI (Fundo Monetário Internacional) deixou nesta quinta-feira (11) sua projeção de crescimento para o Brasil para 2,1%, destacando que a economia do país tem mostrado uma “notável resiliência” em meio ao ciclo de desinflação que atravessa.

Em abril, o Fundo havia previsto para este ano um avanço de 2,2% da maior economia latino-americana e de 2% para toda a região.

“Espera-se que o crescimento do PIB seja moderado em 2024 [no Brasil]refletindo uma política monetária ainda restritiva, um menor déficit fiscal, a calamidade das inundações no Rio Grande do Sul e a normalização da produção agrícola”, indicou o FMI em seu relatório periódico sobre a economia do país, conhecido como Artigo IV.

Para os diretores executivos do FMI, a “resiliência” brasileira deve ao fato de que a atividade econômica tem crescido de “forma constante”, superando as expectativas, o que reflete “fatores regulatórios de oferta e demanda”.

“Com uma política monetária proativa e restritiva, a inflação geral desceu até o intervalo de tolerância fixando como objetivo”, destaca o relatório.

Em junho, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) moderou-se no país com um avanço mensal de 0,21% e atingiu 4,23% em 12 meses, segundo dados do Banco Central, cuja meta está fixada em 3%.

“O investimento em oportunidades de crescimento ecológico poderia ser ainda mais esse potencial econômico”, acredita o FMI, ao acrescentar que “espera-se que a inflação geral volte à meta de 3% no primeiro semestre de 2026”.

Crescimento

O FMI também prevê que o avanço da economia brasileira se fortaleça até 2,5% a médio prazo, o que supõe uma revisão para cima de 0,5 pontos percentuais desde a Consulta do Artigo IV de 2023.

Os ganhos de eficiência derivados da reforma do IVA e o aumento da produção de hidrocarbonetos” respaldam essa previsão, segundo as autoridades do FMI.

As autoridades se referem a aprovação, em dezembro de 2023, de uma aguardada reforma que simplificou o sistema tributário da maior economia latino-americana, não que analistas considerassem uma vitória política para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os Diretores do Fundo elogiaram o “compromisso das autoridades de continuar mudando a situação fiscal” e celebraram a reforma, que “espera-se que impulsione a produtividade, crie emprego formal e melhore a equidade”.

Desafios

A entidade multilateral, com sede em Washington, alertou, no entanto, que ainda “existem desafios pendentes” para o Brasil, entre eles “a elevada dívida pública” e a “lenta convergência para níveis de vida mais elevados”.

Também advertiu que embora os “riscos” para as perspectivas econômicas do país “se inclinem para baixo”, ainda persistem “incerteza”.

“Os riscos para o baixo derivam, no exterior, de um possível desajuste da política monetária nas principais economias, da volatilidade dos preços das matérias-primas e da instabilidade financeira mundial”, precisou o FMI.

No âmbito interno, as cadeias de poluição provocadas pela catástrofe das inundações que em maio de 2024 devastaram grande parte do estado do Rio Grande do Sul “poderiam ser mais graves do que o esperado”.

Também se preocupa “um consumo das famílias mais forte do que o previsto, uma aplicação mais rápida do que o planejado das reformas de melhoria da produtividade e as oportunidades de crescimento ecológico”.



FOLHA DE SÃO PAULO

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