domingo, outubro 6, 2024
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Moraes mantém prisão de suspeitos de espionagem ilegal na Abin



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu nesta sexta-feira (12) manter as prisões preventivas de cinco investigados no suposto esquema de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A Corte realizou as audiências de custódia nesta tarde por videoconferência.

A decisão atinge o ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Mateus de Carvalho Sposito; o empresário Richards Dyer Pozzer; o influenciador digital Rogério Beraldo de Almeida; o policial federal Marcelo Araújo Bormevet; e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues.

A justificativa para manutenção das prisões ainda não foi divulgada pela Corte. A Polícia Federal prendeu os suspeitos nesta quinta (11) durante a quarta fase da Operação Última Milha. A PF destacou que políticos, ministros do STF e jornalistas foram espionados por uma “estrutura paralela” montada na Abin durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, os investigadores apuraram o suposto uso da agência para proteger os filhos do ex-presidente em investigações. Na época dos fatos, o diretor-geral da Abin era Alexandre Ramagem (PL-RJ), que atualmente é deputado federal.

Flávio e Carlos Bolsonaro negam associação com “Abin paralela”

Após a operação da PF, Flávio e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) negaram qualquer associação com a “Abin paralela”. O senador disse ter sido “vítima de criminosos” que atuaram na Receita Federal para acessar seus dados.

“Após documentos se tornarem públicos conclui-se que ter amizade comigo virou passível de ser crime e ser meu ex-assessor também”, disse Carlos nas redes sociais.

Ramagem negativa terá atuado ilegalmente no comando da Abin

Em nota, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) negou ter atuado ilegalmente durante sua gestão na Abin, informou a Agência Brasil. Ele afirmou que não houve monitoramento ilegal de autoridades.

“Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas na verdade não. Não se encontram em Primeira Milha [programa de monitoramento] ou interceptação alguma. [Os nomes] Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, mensagens pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade”, disse.

O parlamentar negou que tenha favorecido o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). De acordo com a PF, três auditores da Receita Federal foram alvos de monitoramento clandestino. Os auditores eram os responsáveis ​​pela investigação do suposto esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio, quando ele era deputado estadual.

“Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial”, afirmou Ramagem.

Quem foi preso na operação da PF

O policial federal Marcelo Araújo Bormevet foi a segurança de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018. Depois disso, ele foi nomeado por Ramagem para comandar o Centro de Inteligência Nacional (CIN), da Abin. Mateus de Carvalho Sposito, ex-assessor da Secom de Bolsonaro, chegou a ser investigado pela CPI da Covid-19.

O militar Giancarlo Gomes Rodrigues foi cedido pelo Exército para assessorar Ramagem. Rodrigues teria monitorado o advogado Roberto Bertholdo, próximo dos ex-deputados federais Rodrigo Maia (PSDB-RJ) e Joice Hasselmann (PSDB-SP).

Já Rogério Beraldo de Almeida, Mateus de Carvalho Sposito e Richards Dyer Pozzer, segundo a PF, eram os responsáveis ​​por fazer ataques virtuais a adversários políticos do governo Bolsonaro.



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