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Unilever deve demitir mais de 3.000 até o final de 2025 – 12/07/2024 – Mercado


A Unilever planeja cortar um terço de todos os cargos administrativos na Europa até o final do próximo ano, enquanto o novo CEO da empresa avança com seu plano para impulsionar o crescimento da gigante de bens de consumo, que vem enfrentando dificuldades nos últimos anos.

Pressionada pelos acionais, a empresa informou, na quarta-feira (10), aos executivos seniores que até 3.200 postos de trabalho serão cortados na Europa até o final de 2025, de acordo com um comunicado que o Financial Times teve acesso.

As demissões fazem parte do “programa de produtividade” da Unilever, anunciado pela primeira vez em março, que inclui a eliminação de até 7.500 cargas em todo o mundo. A empresa emprega entre 10 mil e 11 mil funcionários administrativos na Europa.

“O impacto líquido esperado em cargas na Europa entre agora e o final de 2025 está na faixa de 3.000 a 3.200 cargas”, disse Constantina Tribou, diretora de recursos humanos, durante uma videoconferência.

As demissões serão em áreas administrativas e não incluirão empregos baseados em fábricas, acrescentou a diretora. Ainda não houve uma definição sobre os países que serão impactados pela decisão.

Em comunicado, a Unilever disse que consultará os funcionários que deixarão a companhia nas próximas semanas. Hermann Soggeberg, presidente do Conselho de Trabalho Europeu da Unilever, disse que quase todas as universidades europeias serão igualmente atingidas, mas especialmente os centros em Londres e Roterdã.

Ao saberem da informação, funcionários expressam raiva no sistema de comentários ao vivo durante a sessão de perguntas e respostas, na qual um executivo sugeriu que a equipe deveria colocar sua energia no negócio em vez de se preocupar com a incerteza e a ansiedade.

“Em vez de desperdiçá-la em pensamentos ansiosos, vamos colocar nossa grande energia em servir nossos clientes e consumidores e realmente tornar este negócio excelente. Isso é o que está sob nosso controle”, disse o executivo.

“Estou honestamente tão desapontado se essa é a visão dos funcionários — como isso é aceitável?” escreveu um funcionário.

“Total falta de leitura do ambiente e mostra zero consciência de como as pessoas se sentem no chão”, escreveu outro.

Hein Schumacher, que substituiu Alan Jope como CEO da Unilever há um ano, está sob pressão dos acionistas, para reformular a empresa e arriscar o crescimento após anos de desempenho financeiro medíocre.

A empresa anunciou em março que separaria sua divisão de sorvetes em uma tentativa de impulsionar o crescimento. A divisão com sede na Holanda —que representa 16% das vendas do grupo e inclui marcas como Ben & Jerry’s e Wall’s— estava ficando atrás de categorias de crescimento mais rápido, como beleza e bem-estar.

A Unilever também anunciou que cortaria 7.500 empregos em todo o mundo, sem especificar onde os cortes seriam realizados. A companhia tem cerca de 128.000 empregados no mundo.

Soggeberg disse que o conselho de trabalho, que luta pelos direitos dos funcionários, esteve em contato com a administração para estabelecer onde os cortes de empregos seriam realizados e minimizar as perdas.

Algumas pessoas que serão demitidas podem ser realocadas para novos cargos na divisão de sorvetes uma vez que ela seja separada “a fim de reduzir o número de colegas afetados”, disse Soggeberg.

“Não seremos capazes de proteger todos os empregos, mas precisamos proteger todas as pessoas”, acrescentou. “É a maior reestruturação que vimos na última década. Isso é chocante para as pessoas.”

Um porta-voz da Unilever disse em um comunicado: “Em março, anunciamos o lançamento de um programa abrangente de produtividade, para impulsionar o foco e o crescimento através de uma organização mais enxuta e responsável.”

O porta-voz acrescentou: “Reconhecemos a ansiedade significativa que essas propostas estão causando entre nosso pessoal. Estamos comprometidos em apoiar todos durante essas mudanças, enquanto passamos pelo processo de consulta.”



FOLHA DE SÃO PAULO

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