domingo, outubro 6, 2024
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Auditores fiscais vão à Justiça contra responsáveis ​​por espionagem na Abin



O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) confirmou nesta segunda (15) que vai acionar a Justiça os responsáveis ​​por espionar os auditores no caso que ficou conhecido como “Abin paralelo” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O caso teve os nomes dos alvos divulgados na semana passada durante a deflagração da quarta fase da Operação Última Milha, que apurou um suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades públicas e jornalistas durante a gestão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), no governo de Jair Bolsonaro (PL).

A Polícia Federal revelou que três auditores fiscais foram espionados: Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homem da Silva e José Pereira de Barros Neto.

Botelho, especificamente, era chefe do escritório da Corregedoria da Receita Federal no Rio de Janeiro, e foi um dos responsáveis ​​pela apuração que levou à denúncia de Flávio Bolsonaro por supor que desviou parte dos empregos de servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – que ficou conhecido como “caso da rachadinha”.

De acordo com a investigação da Polícia Federal, o então presidente Bolsonaro se reuniu com Ramagem, o general Augusto Heleno (então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, GSI) e possivelmente a advogada de Flávio para tratar sobre “supostas irregularidades cometidas pelos auditores da Receita Federal na confecção do Relatório de Inteligência Fiscal (RIF) que deu causa à investigação”.

O objetivo era “’encontrar poderes’ sobre os mencionados auditores”, reportar a autoridade e, posteriormente, retirá-los-á dos cargos.

Segundo confirmou o Sindifisco à Gazeta do Povoos advogados do sindicato estão acompanhando o inquérito para identificar quem são os responsáveis ​​a serem acionados na Justiça e os ilícitos praticados contra cada um dos auditores.

Na semana passada, no dia em que a operação foi deflagrada, o Sindifisco emitiu uma nota afirmando que a tentativa de “encontrar poderes” dos agentes foi “frustrada, pois nada foi comprovado além da atuação exemplar”.

“Da mesma forma que o ex-presidente tentou utilizar a estrutura da Receita Federal para liberar as joias e não conseguiu, a espionagem da Abin paralelamente não atuou em nada. Os auditores fiscais cumpriram, como sempre cumprimos, rigorosamente nossa função”, disse Isac Falcão, presidente do Sindifisco.

No mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou a operação e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo da petição, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que “simplesmente não existia nenhuma relação minha com a Abin. Minha defesa atacava questões”.

“A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura de Delgado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro”, completou.



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