Craig Wright, autodeclarado inventor do Bitcoin, chega ao tribunal federal em West Palm Beach, Flórida, EUA, na sexta-feira, 28 de junho de 2019.
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LONDRES — Craig Wright, um australiano que afirmava ser o inventor do bitcoinfoi encaminhado na terça-feira aos promotores britânicos por suposto perjúrio.
Na terça-feira, o juiz do Tribunal Superior Britânico James Mellor decidiu encaminhar um caso contra a alegação de Wright de ser o inventor do bitcoin ao Crown Prosecution Service — que é a organização que processa casos criminais investigados pela polícia na Inglaterra e no País de Gales.
O CPS agora considerará se Wright deve ser processado pelo que Mellor chamou de “perjúrio em grande escala e falsificação de documentos” e decidirá se um mandado de prisão e possível extradição são necessários.
Wright permaneceu em silêncio desde que uma decisão do Tribunal Superior foi emitida alegando que ele mentiu “extensiva e repetidamente” em suas evidências tentando provar o caso de que ele era o inventor do bitcoin, Satoshi Nakamoto.

Wright tentou no caso do tribunal de Londres provar que ele era o inventor original do bitcoin e, portanto, detinha direitos de propriedade intelectual, incluindo a propriedade de direitos autorais no white paper do bitcoin e versões iniciais do software bitcoin. O protocolo bitcoin é uma rede descentralizada e de código aberto e nenhuma entidade única pode obter controle sobre ela.
O juiz Mellor decidiu que Wright tentou criar uma narrativa falsa falsificando documentos “em grande escala”, apresentando-os como evidência no tribunal.
Ele acrescentou que, ao alegar ser Satoshi Nakamoto por meio de ações legais no Reino Unido — assim como na Noruega e nos EUA — Wright cometeu “um abuso gravíssimo” do processo dos tribunais.
A holding de Wright, Tulip Trading, não estava imediatamente disponível para comentar quando contatada pela CNBC.