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Abimapi aponta falhas em estudo de pães de forma – 17/07/2024 – Mercado


A Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados) criticou um estudo divulgado na semana passada, que destacou alguns marcas populares de pão de forma apresentam alto teor alcoólico.

Na pesquisa da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), chamada de “Tem álcool no seu pão de forma”, foram evidenciadas dez marcas e seis foram excluídas caso fossem necessárias bebidas, por ultrapassarem 0,5% de teor de álcool em sua composição.

Os motivos da presença de álcool, segundo o estudo, seriam os altos teores de agentes conservadores antimofo.

Em nota, a Abimapi afirmou que não concorda com o relatório e apontou falhas de procedimento. “Para concluir, a Proteste comparou seus resultados com valores descritos em legislações de bebidas alcoólicas, sem estabelecer relação do álcool possível presente em alimentos e o álcool das bebidas alcoólicas”, diz a associação.

“Os resultados do teor alcoólico nos pães de forma foram comparados com o teste de bafômetro, sem considerar a ingestão dos pães. A comparação foi feita apenas por uma regra de três, o que é inadequado” completa.

A associação do setor de pagamentos também assinalou que “a pesquisa é assinada por um profissional que não apresenta o número de registro no CREA [Conselho Regional de Engenharia e Agronomia]”.

Em comunicado, a Proteste responde afirmando que os testes foram realizados por um laboratório devidamente acreditado no INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Indústria) e no Ministério da Agricultura e Pecuária.

“O teste foi submetido e encaminhado pelo responsável técnico. Uma metodologia utilizada pelo laboratório parceiro foi a de Cromatografia a Gás com detecção de headspace (gás volatizado) a quantidade de etanol na amostra” disse a Proteste

A Associação informa que todos os laudos foram direcionados para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para que todas as medidas legais e administrativas sejam tomadas.

“A nota de discordância da Abimapi faz parte do Estado Democrático de Direito, entretanto, entendemos que a referida associação também deveria se preocupar com os resultados dos testes em questão. A Proteste, ao divulgar os resultados dos testes realizados por laboratório devidamente acreditado, apenas exercer o direito constitucional à informação e qualquer tentativa de impedir essa informação deve ser considerada uma censura”, afirmou.

VEJA O QUE AS EMPRESAS DISSERAM À FOLHA, POR MEIO DE NOTA:

BAUDUCCO E VISCONTI, DO GRUPO PANDURATA ALIMENTOS

A Pandurata Alimentos, responsável pela fabricação dos produtos Bauducco e Visconti, esclarece que adota padrões rigorosos de segurança alimentar em todo seu processo produtivo e na cadeia de fornecimento. A empresa possui a certificação BRCGS (British Retail Consortium Global Standard), reconhecida como referência global em boas práticas na indústria alimentar, e segue toda a legislação e regulamentações vigentes.

Priorizando a qualidade de seus produtos, a Pandurata respeita as Normas de Boas Práticas de Fabricação e destaca que seus cuidados começam com uma seleção criteriosa de fornecedores que se estende por todas as etapas de produção. A empresa não teve acesso ao estudo.

WICKBOLD

A Wickbold, líder brasileira no segmento de pagamentos especiais, reforça que todas as receitas de produtos, assim como todas as áreas da empresa, seguem protocolos de segurança e qualidade, com o mais alto teor de controle, bem como cumprem toda a legislação vigente, dentro dos parâmetros de impostos pelas normas aplicáveis. Como o fabricante não foi notificado sobre o estudo referido e a metodologia utilizada, não é possível qualquer manifestação sobre ele. Contudo, após ter acesso à mesma metodologia empregada, poderá prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários, confirmando o legado de ética, transparência e respeito às pessoas que mantêm há 86 anos.

PANCO

A Panco é uma empresa com mais de 70 anos de presença no mercado brasileiro e que sempre teve sua atuação pautada pela conduta ética e compromisso com a qualidade de seus produtos, bem como com a saúde e segurança de todos os seus públicos.

A companhia atesta a adoção de práticas totalmente compatíveis com os mais rigorosos padrões de mercado e o cumprimento de todas as normas e legislações específicas vigentes para a produção de alimentos. Para garantir esses padrões, a companhia possui controles rígidos de qualidade (internos e fornecedores externos), além de estabelecer mecanismos critérios de homologação de seus fornecedores de materiais-primas.

A empresa informa que não foi notificada em nenhum momento a respeito deste levantamento pelo responsável pelo levantamento, desconhecendo, portanto, a sua metodologia. Sobre os dois lotes repassados ​​pela reportagem, e sem saber quais foram os produtos relatados, mas apenas que incluíam pães, a Panco esclarece que não utiliza etanol nos processos de fabricação, mas que ele pode resultar do processo de fermentação, sendo que os resíduos não intencionais são aceitos pelas normas e legislações vigentes.

A empresa reitera seu compromisso com a qualidade de seus produtos e está empenhada em realizar análises complementares para entender os pontos levantados e avaliar a necessidade de eventuais adaptações em seus processos.



FOLHA DE SÃO PAULO

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