domingo, outubro 6, 2024
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Lula defende investimentos sociais após pressão por cortes – 17/07/2024 – Mercado


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou, nesta quarta-feira (17), o custo para o país por atrasos históricos em investimentos sociais. O chefe do executivo vem sendo cobrado pelo mercado para fazer cortes de gastos no Executivocomo forma de minimizar o déficit nas contas públicas.

“Todo santo dia nesse governo, toda vez que a gente vai discutir assunto qualquer, sempre aparece artigo no jornal, na revista, na TV, para dizer: ‘não, vai gastar muito, gastar com educação, com saúde, com transporte, com reforma agrária, com pessoa com deficiência'”, disse.

“A pergunta que eu faço é a seguinte: quanto custou neste país não cuidar das coisas certas no tempo certo? Quanto custou esse país não fazer reforma agrária na década de 1950, quando grande parte do mundo fez? Quanto custou passar sete anos sem aumentar valor da merenda escolar? Quanto custou a esse país não investir nas universidades no tempo certo?”, questionou.

“Eu digo todo dia que é questão de indignação. […] Precisava um cara que não tem diploma universitário dizer para esse país que não custa nada fazer universidade, instituto federal e formar pessoas. Tenho certeza plena de que só faço isso pela minha origem”, completou, sob aplausos de uma placa de pessoas com deficiência física.

A declaração foi dada durante a solenidade de encerramento da 5ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Nas últimas semanas, Lula desenvolveu, com mais ênfase, discurso de respeito a responsabilidade fiscalapós desconfiança crescente dos agentes econômicos quanto ao compromisso do governo em cumprir as regras fiscais vigentes.

Após um período de volatilidade no mercado, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse que o presidente determinou a preservação do arcabouço fiscal e anunciou um corte para 2025 de R$ 25,9 bilhões em despesas com benefícios sociais, que passarão por um pente-fino.

Esses eram apenas os sinais mais cobrados pelo mercado financeiro diante da ampliação das incertezas fiscais e que foram endereçados por Haddad em sua declaração no Planalto, após dias sem nenhum anúncio concreto.

Há ainda a possibilidade de que parte desse corte seja antecipada para 2024, a depender da necessidade de ajuste nas contas. A decisão será no relatório de orçamento divulgado no próximo dia 22.

Na terça-feira (16), em entrevista à TV Record, Lula disse que não é obrigado a cumprir a meta fiscal se tiver “coisas mais importantes para fazer”.

Por outro lado, ele afirmou que a meta de déficit zero para este ano não é rejeitado e se compromete a fazer o necessário para cumprir o arcabouço fiscal.

Lula disse ainda que precisa ser reforçado sobre o corte de gastos em 2024. As contenções deverão ser formalizadas no próximo dia 22 de julho, quando será divulgado o próximo relatório de avaliação do Orçamento deste ano.



FOLHA DE SÃO PAULO

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