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Vale: Previ quer candidatos ao governo na presidência – 18/07/2024 – Mercado


Depois da tentativa frustrada com a indicação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o governador Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a pressão para emplacar o novo presidente da Vale, que passa por um conturbado processo de sucessão em seu comando.

A avaliação, segundo a Folha apurou, é que a relação de 15 candidatos à vaga apresentação pela consultoria internacional Russel Reynolds não tem um único nome de interesse de grupos políticos ligados à gestão Lula, que agora busca alternativas para incluir sugestões.

Pelo cronograma, o atual presidente, Eduardo Bartolomeo, deve entregar o posto ao sucessor até o fim do ano. O processo seletivo tem pouca margem de manobra porque segue regras definidas no estatuto da companhia.

Depois que a lista foi entregue ao conselho de administração, que tem a prerrogativa estatutária de selecionar o presidente da companhia, foram impostas as pressões para a inclusão de outros nomes.

Pessoas que acompanham o processo contaram à Folhana condição de anonimato, que um dos protagonistas desse movimento é a Previ, fundo de pensão do funcionário do Banco Brasila sociedade da Vale que costuma apoiar os interesses dos governos petistas.

Inicialmente, o grupo alinhado ao governo tentou fazer esse adendo à relação original por meio do Comitê de Pessoas, responsável pela análise dos currículos. O estatuto da Vale, no entanto, não prevê esse tipo de interferência, prevalecendo os indicados por Russel Reynolds.

A lista também foi divulgada, expondo publicamente e criando constrangimento para os selecionados que atuam em outras empresas. Três deles pediram para sair. A relação foi publicada em 9 de julho pelo colunista Lauro Jardim, de “O Globo”.

Em nova investida para levantar alguém alinhado ao Executivo, circulou a informação de que o secretário-executivo do Ministério da Fazenda e já integrante do Conselho Fiscal da própria Vale, Dario Durigan, estaria sendo cotado para vaga de Bartolomeu, uma via igualmente complicada, já que o nome não foi cogitado por consultoria.

A tentativa de emplacar o número dois da Fazenda também foi publicada por Lauro Jardim nesta quarta-feira (17). Segundo fontes, Durigan confirma ter recebido sondagens de conselheiros da Vale e permitiu a possibilidade de concorrente desde que a apresentação de seu nome fosse fruto de consenso.

Mas a notícia não repercutiu bem. As ações da Vale, que já acumularam queda de 20% no ano, fecharam a quarta-feira no vermelho, apesar de a empresa ter anunciado aumento trimestral de produção na véspera.

Na noite da mesma quarta a companhia tentou dirimir as especulações. A Vale divulgou comunicado ao mercado afirmando que o presidente do conselho de administração, Daniel Stieler, um dos representantes da Previ no colegiado, endossava o processo em andamento para a seleção do presidente.

“Diante das notícias com todas as especulações publicadas recentemente pela mídia, o presidente do Conselho de Administração da Vale vem a público reiterar a lisura do processo de escolha do novo presidente da companhia, que segue restrições às regras de governança”, destacou o texto.

Segundo o texto, Stieler reafirma a sua “total confiança” na capacidade do conselho de tomar a melhor decisão, de acordo com o estatuto social, o regimento interno do colegiado, as políticas corporativas da companhia e a legislação aplicável.

O comunicado afirmou ainda que o executivo reforça a sua confiança na empresa de headhunter internacional, contratada para apoiar o conselho na busca de um novo presidente.

Dois executivos do quadro interno da Vale agradam ao governo: os diretores Gustavo Pimenta, da área financeira, e Marcello Spinelli, da área de minério de ferro, principal negócio da mineradora.

Quem conhece uma companhia de longa data defende que neste momento de crise a melhor solução seria indicar um executivo que já atuasse na companhia, pois facilitaria o consenso

Desde o início do processo de sucessão, o conselho da Vale já perdeu dois integrantes, José Luciano Penido e Vera Marie Inkster.

Em sua carta de renúncia, Penido escreveu que o conselho vinha prejudicada “nefasta influência política” e reclamou de “vazamentos freqüentes, detalhados e tendenciosos à imprensa”. Ele foi recuperado após contestação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).



FOLHA DE SÃO PAULO

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