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Cade volta a investigar Globo por contratos do Brasileirão – 19/07/2024 – Televisão


Aracaju

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) começou a investigar os contratos firmados pela Globo para a transmissão do Campeonato Brasileiroo principal torneio de futebol do país. O alvo da investigação é o vínculo atual, que começou em 2019 e termina no final de 2024.

O conselho quer saber por que a empresa mudou seu modelo de transmissão após a aprovação da Lei do Mandante, que deu a um tempo da casa o direito de negociar a transmissão de um jogo, a partir de 2021.

Antes da aprovação, a Globo defendeu que os contratos fechados com a legislação antiga deveriam ser respeitados, o que foi alterado pela própria empresa. Até então, uma transmissão só aconteceu na televisão se os dois tempos que jogaram tiveram acordo acordado.

O F5 teve acesso aos documentos do inquérito no conselho. O Cade pediu que a Globo enviasse, até o dia 7 de agosto, informações e detalhes detalhando as negociações com clubes antes e depois da Lei do Mandante passar pelo Congresso Nacional. Caso não cumpra o prazo, a Globo pagará multa de R$ 5 mil.

Existe o entendimento em uma investigação do Cade, que ocorre desde 2019, de que a Globo teria impedido que outras empresas transmitissem o maior torneio nacional do Brasil. O caso mais notório é o da Warner Bros Discoveryque alegou ter rescindido o contrato que tinha com os tempos da Série A por causa da emissora quando consultada pelo conselho.

Em 2020, quando a Lei do Mandante era apenas uma medida provisória, a Warner tentou usar os direitos de tempos como Palmeiras e Internacional para transmitir confrontos em casa contra clubes com os quais ela não tinha acordo, como Flamengo e Coríntios.

A Globo processou a Warner, alegando que os contratos antigos não eram respeitados pela empresa. A Warner desistiu da ideia e o processo foi encerrado. O Cade entende que a atitude da Globo foi anticoncorrencial e impediu o mercado livre.

O Cade também pretende saber por que a Globo processou o Flamengo e rescindiu o contrato com o Campeonato Carioca, em 2020. Na época, a emissora alegou que o clube rubro-negro cortou sua exclusividade do torneio estadual ao exibir um jogo contra o Boavista no YouTube.

“Quais fatores comerciais e/ou estratégias levaram a Globo a questionar a eficácia imediata dos efeitos da MP nº 984/2020, inclusive rescindindo contratos unilateralmente e ajudando ações para impedir que concorrentes transmitissem partidas de futebol do Campeonato Brasileiro que não pudessem ser disponibilizadas ao público por nenhum veículo no contexto anterior à publicação da norma?”, pergunta o Cade em ofício enviado à Globo.

O Cade tem até setembro como prazo para incluir a investigação contra a Globo. O conselho, porém, pode pedir uma prorrogação de 60 dias devido à complexidade do caso.



FOLHA DE SÃO PAULO

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