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Dilma: Brasil não pode ser mero consumidor de inovação – 22/07/2024 – Mercado


Em evento no Rio de Janeiroum ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta segunda-feira (22) que países como o Brasil não podem se transformar em “meros consumidores” de inovações industriais e tecnológicas.

Na visão de Dilma, caso as economias emergentes não avancem no desenvolvimento dessa área, serão “condenadas” a serem exportadoras de commodities.

As declarações ocorreram na abertura do evento Estados do Futurona sede do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no centro do Rio. Trata-se de uma programação paralela ao G20segundo o banco.

“Nós, países em desenvolvimento ou economias emergentes, caso do Brasil, não podemos transformar em meros consumidores das inovações tecnológicas que esta quarta revolução industrial e tecnológica produzirá”, disse Dilma.

“Caso façamos isso, seremos meros consumidores passivos, condenados a ser, nesta etapa decisiva da humanidade, exportadores de commodities”, completou o ex-presidente, que recebeu aplausos da plateia.

Dilma é o atual comandante do NDB, conhecido como o “banco dos Brics” –grupo de países emergentes do qual o Brasil faz parte. A sede da instituição fica na China.

O ex-presidente teve traços de protagonista no evento desta segunda. Foi ovacionado pelo público ao ser chamado para o palco. Ó presidente do BNDES, Aloizio Mercadantedisse que o Brasil tem saudade dela.

“Queria saudar nossa presidente Dilma, uma honra tê-la de novo aqui no BNDES. O Brasil tem muita saudade de sua presença, hoje em uma missão tão importante que é o banco dos Brics”, afirmou Mercadante ao abrir o evento.

A agenda foi marcada por uma série de discursos em defesa da atuação do Estado em áreas como combate às mudanças climáticas e estímulos à inovação.

“O Estado, para construir um novo futuro, não pode ser um estado mínimo”, declarou Mercadante. “O Estado precisa, com ações estratégicas, que impulsionem e mobilizem as instituições, tem diante de si um desafio gigante.”

Para Dilma, países como o Brasil não podem ser apenas “consumidores de DiDi“, um aplicativo de transporte de passageiros criado na China. Na avaliação do ex-presidente, também é preciso estimular o desenvolvimento de plataformas próprias.

Dilma citou como exemplo –e elogiou– o sistema de pagamentos eletrônicos Pix, em vigor no Brasil. “Consumidores de DiDi, não dá”, disse. “Vamos ter de criar aplicativos também. Até criamos: nosso sistema de pagamento por Pix, um aplicativo, e bom.”

O impeachment que aposentou Dilma da Presidência da República foi sacramentado em 2016. À época, a economia brasileira amargava uma intensa recessão.

Antes, no primeiro mandato do petista, o BNDES turbinava desembolsos para o financiamento de projetos em diversos setores. A estratégia foi criticada por uma ala de economistas.

Além de Dilma e Mercadante, a abertura do evento desta segunda também conta com as presenças das ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), de Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile, e Marcos Athias Neto, secretário-geral assistente da ONU.



FOLHA DE SÃO PAULO

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