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É hora do agronegócio pensar mais na Índia nos próximos anos – 22/07/2024 – Vaivém


É hora do Brasil olhar mais para a Índia. A Chinaa principal importadora de alimentos do mundo continuará com grande influência no mercado internacional nos próximos dez anos, mas são a Índia e os países do Sudeste Asiático que vão acelerar a participação no comércio internacional.

A China, que contribuiu com 28% do crescimento do consumo mundial de alimentos na década anterior, deverá ter uma participação reduzida para 11% nos próximos dez anos. A estabilização do padrão nutricional, o crescimento mais lento da economia e o declínio da população serão responsáveis ​​por essa aceleração menor na participação do mercado internacional de alimentos.

Já a Índia e os países do Sudeste Asiático serão responsáveis ​​por 31% do crescimento do consumo global até 2033, devido ao aumento crescente da população urbana e da riqueza na região.

Os dados são do Outlook da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), relativos ao período 2024-2033 e divulgados neste mês.

O consumo global de alimentos deverá aumentar 1,2% ao ano na próxima década, localizado principalmente em países de baixa e média renda. Em muitas regiões, esse crescimento resultará pelo consumo maior de alimentos de origem animal. A ingestão de calorias deverá aumentar 7% nos países de rendimento médio e 4% nos de renda baixa.

A China, embora em ritmo menor, mantém boa participação no mercado mundial. A busca da autossuficiência na produção de proteínas animais força o país a manter as importações de grãos. Os chineses deverão atingir 60 milhões de toneladas de carne suína. 25 milhões de carne de aves e 8 milhões de carne bovina nos próximos dez anos.

As compras externas de milho pelos chineses crescerão 1,4% ao ano, e as de soja, 0,8%. Eles ficam com 61% da soja comercializada no mundo e com 13% do milho.

Como exportações de carne diminuiu 17%. O país se recompõe do desastre ocasionado pela peste suína africana, que prejudica fortemente os rebanhos de porcos e força uma alta produção de aves. A dependência externa da carne bovina continua, com aumento máximo de 1,3% ao ano, específico da OCDE e da FAO.

O Sul e Sudeste Asiático elevam as importações de alimentos, que sobem 26% em 2033, em relação à média de 2021 a 2023. O mesmo ocorre com a África subsaariana, que eleva em 23% as compras externas de alimentos neste período. Arroz, trigo e óleos vegetais são os principais itens adquiridos pelos países da região.

A agricultura e a pecuária crescerão com base no aumento de produtividade e não de áreas de produção. Com isso, os dados da OCDE e da FAO prevêem uma melhoria na emissão global de gás de efeito de estufa pelo setor. As emissões, porém, ainda aumentarão 5% no período.

Os produtores, após o pico de preço nos anos recentes, terão de conviver com valores reais menores. Essa queda, contudo, poderá não chegar totalmente ao consumidor, na avaliação das duas instituições.

Embora a maior produtividade possa garantir uma oferta melhor de alimentos, o setor vai conviver com uma gama de riscos e desafios. Eles virão de questões políticas, como a invasão da Ucrânia, da oferta de fertilizantes e de combustíveis. As questões logísticas, principalmente as dificuldades de passagem pelos canais de Suez e do Panamá, podem acentuar as dificuldades de transporte no setor.

Além disso, as barreiras comerciais mais frequentes distorcem o comércio internacional. Outras implicações relacionadas à produção no campo também são ameaças para os próximos anos. O relatório destaca os efeitos extremos do clima e a propagação de previsões e de doenças na agricultura e na pecuária.

A demanda por carnes cresce, mas em ritmo menor, em vista da redução populacional e do acesso a outras proteínas. O aumento na década está estimado em 12%, e o Brasil fica com pelo menos 20% desse mercado externo.


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FOLHA DE SÃO PAULO

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