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INSS: governo vai à Justiça contra greve de servidores – 23/07/2024 – Mercado


O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionou a Justiça nesta terça-feira (23) para pedir a suspensão da greve nacional de servidores fazer INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O órgão também vai cortar o ponto dos grevistas, descontando do salário os dias de paralisação.

O Executivo decidiu suportar a postura nas negociações diante do risco do movimento comprometer as ações de revisão de gastos, cruciais para fechar as contas do Orçamento de 2024 e 2025, e anular os esforços de redução da fila de esperanças de segurados.

O diagnóstico de que o movimento cresceu nos últimos dias acendeu uma luz amarela dentro do governo.

Representantes da categoria, por sua vez, reivindicam o cumprimento de acordos anteriores e melhorias salariais. “A greve é ​​para causar impacto, mesmo. Pressionar o governo a atender o mais rápido possível a reclamação dos servidores”, diz a diretora da Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), Viviane Peres .

Segundo a entidade, mais de 400 agências do INSS, situadas em 23 estados e no Distrito Federal, estão fechadas ou funcionando de modo parcial.

Servidores em regime de teletrabalho também aderiram ao movimento. O SINSSP-BR (Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo), que atua na greve no âmbito nacional, estima que cerca de 40% das tarefas dos servidores em teletrabalho foram afetadas pela paralisação.

A greve foi deflagrada neste mês e teve impacto crescente nos atendimentos presenciais e também na análise de requisitos.

Procurado pela Folha, o INSS disse que 9,6% dos servidores em todo o país aderiram à greve, de acordo com o balanço desta terça. O órgão confirmou que os dias parados serão descontados dos períodos. Segundo o INSS, trata-se de uma regra geral em caso de paralisações, e os funcionários do órgão já foram comunicados sobre a norma.

A ação judicial contra a greve dos servidores do INSS foi protocolada pela AGU (Advocacia-Geral da União) junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), sob o argumento de que os servidores do INSS não podem paralisar a prestação de um serviço essencial à sociedade.

Segundo relatos de dois membros do governo, o INSS vinha minimizando os impactos da greve em tratativas nos bastidores, dizendo que a adesão era baixa. As mobilizações dos últimos dias, porém, dispararam um alerta dentro do governo, que conta com as ações do órgão para equacionar o Orçamento de 2024 e 2025.

Neste ano, o governo incorporou às estimativas de despesas uma expectativa de economia de R$ 9 bilhões com a revisão de gastos, sendo a maior parte com a Previdência Social. Já em 2025, um Promessa é cortar R$ 25,9 bilhões em gastos obrigatórios.

Para isso, o Executivo traçou um plano de revisão de benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Cumprir o cronograma desse pente-fino é tido como essencial para alcançar a economia projetada.

Na avaliação de um dos técnicos, o momento é grave, pois a continuidade da greve atrasará as revisões de benefícios, previsões para começarem em agosto.

Outro membro do governo afirma que há risco de nova represália de pedidos na fila. Isso ajuda a reter despesas no prazo curtíssimo, mas gera uma fatura maior na hora de regularizar os pagamentos no futuro. Se o benefício é concedido, o pagamento é devido desde o momento da exigência —ou seja, quanto maior a demora, maiores são o valor retroativo e a incidência de juros.

Nos últimos meses, o governo fez um esforço para reduzir a fila do INSS. Em junho, o estoque de requisitos estava em 1,35 milhão, contra 1,8 milhão em igual mês de 2023.



FOLHA DE SÃO PAULO

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