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Como tornar as reuniões de trabalho mais suportáveis? – 25/07/2024 – Mercado


Como reuniões de trabalhoàs vezes, podem ser extremamente poderosas.

Como aquela que teve um cientista-chefe da MicrosoftJaime Teevan, alguns anos atrás, com seu diretor-executivo Satya Nadella e o fundador da OpenAI, empresa líder em inteligência artificialSam Altman.

O impacto daquela reunião sobre Teevan foi tão profundo que ela entrou no seu carro em seguida e soltou um grito, eufórico com as possibilidades apresentadas pela IA.

“Eu nunca havia feito aquilo antes, mas a emoção era simplesmente grande demais”, ela conta.

A reunião foi uma demonstração do potencial do chatbot de IA da OpenAI, ou agora popular Bate-papoGPT. Ela convenceu Teevan de que a inteligência artificial poderia estar prestes a transformar muitas coisas — inclusive as reuniões profissionais.

“Historicamente, a computação sempre nos ajudou muito a aumentar a eficiência do trabalho monótono”, ela conta. “Mestre tem algo que possa ajudar a lançar um conjunto de ideias e poder refletir sobre elas realmente parece trazer uma qualidade diferente, como uma oportunidade real.”

Teevan irá se lembrar por muito tempo naquela reunião de trabalho. Mas, para a maioria de nós, esses encontros com os colegas podem ser muito cansativos.

Elon Musk disse certa vez que “o excesso de reuniões é o flagelo das grandes empresas e quase sempre aumenta ao longo do tempo”. E poucas pessoas discordam dessa afirmação.

Um estudo global concluiu que 72% das reuniões são ineficazes. E a nossa atividade cerebral cai durante as reuniões pelo Zoom, segundo um relatório de pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, e do University College de Londres.

Ainda como resultado da pandemia de Covid-19, muitas empresas e organizações foram obrigadas a transferir suas reuniões para o ambiente online em 2020, com todos se sentando em frente às câmeras. E, gostamos delas ou não, as reuniões por vídeo vieram para ficar, por aplicativos como o Zoom, Microsoft Teams e Google Meet.

Teevan afirma que essa mudança foi “providencial” porque “criou uma oportunidade para que a IA trouxesse impactos [positivos] sobre as nossas reuniões”.

Os três grandes fornecedores de tecnologia de reuniões por vídeo certamente acredito nisso – e todos eles, agora, oferecem assistentes gerados por IA. O Zoom tem o AI Companion, o Teams tem o Copilot e o Meet, o Duet AI.

Suas funções vêm se expandindo rapidamente e já incluem a transcrição da reunião por IA, sugestões de perguntas que você pode desejar fazer, resumo da reunião em tópicos, lembretes de quem mais está presente e até mesmo, no caso do Meet, sua IA pode comparecer uma reunião online no seu lugar.

Husayn Kassai é o fundador da startup Quench.AI, com sede em Londres. Ela produz software de treinamento assistido por IA.

Ele prevê que, no futuro, “todos no mercado de trabalho serão acompanhados por algum tipo de treinador de IA” nas reuniões.

“As reuniões serão muito mais produtivas, pois compareceremos a elas muito mais informadas e capazes de fazer julgamentos úteis e mais valiosos”, segundo Kassai.

Para ele, os profissionais irão utilizar o IA “para ajudá-los a obter orientações e oferecer o detalhamento das informações”.

Como resultado, ele afirma que as reuniões irão começar a ser produtivas, ao contrário de agora, pois “as pessoas não estão discutindo coisas importantes porque não estão preparadas”.

Kassai também prevê que a IA agirá como uma espécie de moderador, oferecendo após feedback a reunião e, talvez, até apontar pontos que os seres humanos na sala não conseguirão demonstrar.

“Quando você tem um idiota na sala de reuniões que se inflama no seu discurso e outro que não fala muito… a IA poderá fazer observações como ‘participante n° 3, você falou apenas 2% do tempo e, na próxima vez, você precisa falar 20% do tempo'”, explica Kassai.

Teevan afirma que o Copilot já traz “impactos bastante significativos” para as reuniões em vídeo. “As pessoas conseguem retomar reuniões quatro vezes mais rápido”, segundo ela.

Vários relatórios indicaram no ano passado que a inteligência artificial não é à prova de falhas. Ela pode cometer erros – as chamadas “alucinações”.

Em resposta ao velho provérbio do setor de informática “lixo entra, lixo sai” (garbage in, trash out, em inglês), Teevan afirma que, atualmente, a Microsoft trabalha muito para fazer com que os prompts (instruções) de IA do Copilot tenha a melhor qualidade possível.

Os prompts de IA designam as respostas fornecidas pela inteligência artificial às perguntas do usuário. Para que essas respostas sejam as melhores possíveis, a IA precisa aprender com a maior rapidez possível quem é o usuário, qual o seu trabalho e quais respostas serão provavelmente preferidas.

“Uma das minhas formas mais comuns de uso da IA ​​é perguntar quais questões devo fazer em uma reunião”, conta Teevan. E ela explica que, para obter as respostas corretas, a IA precisa “entender que sou cientista pesquisadora e executiva da Microsoft”.

A psicóloga empresarial Jess Baker afirma que é fácil entender porque tantas pessoas não gostam de reuniões de trabalho.

“Os dados e a nossa experiência indicam que a maioria das reuniões consome tempo e é ineficiente”, segundo ela.

Baker também não está “convencido de que o nível geral de frustração irá desaparecer completamente” com a inteligência artificial.

“Acho que podemos continuar frustrados com as reuniões, mas por razões diferentes – por exemplo, demonstrando satisfação com a pessoa A, que nunca aparece na reunião da segunda-feira de manhã, mas pede que a ferramenta de IA compareça no seu lugar.”

“Ou é uma frustração com uma pessoa que aparece atrasada em todas as reuniões e usa a ferramenta de IA para se atualizar sobre o que perdeu até ali”, prossegue Baker. “Posso antever como isso resultará em aumento do ressentimento e da desconfiança entre os colegas.”

Mas Jaime Teevan está convencido de que a IA irá ajudar a melhorar as reuniões.

“Ela pode ajudar as pessoas a se sentirem menos sobrecarregadas, pode ajudar-las a começar e verificar os itens de sua lista. E pode ajudar a gerar ideias, observar as coisas de novas formas e obter apoio.”

Este texto foi publicado originalmente aqui.



FOLHA DE SÃO PAULO

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