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Táxis-robôs da China estão deixando Tesla para trás – 25/07/2024 – Mercado


Veja os carros Os autônomos têm o propósito de facilitar a vida, então o Apollo Go, a unidade de táxis-robôs da Baidu, uma gigante tecnológica chinesa, ainda tem trabalho a fazer. Quando um economista testou o serviço na cidade de Wuhan, teve que encontrar seu caminho até um local designado para pegar e terminar sua jornada em um local de desembarque previamente definido —foi mais parecido com pegar um ônibus do que um táxi.

No entanto, o Apollo Go, que foi lançado em Wuhan em 2022 e desde então se expandiu para outras dez cidades chinesas, tem sido um sucesso. O serviço realizou 6 milhões de viagens em todo o país desde o lançamento. Agora detém mais de 400 carros independentes nas ruas de Wuhan e planeja ter 1.000 em funcionamento até o final deste ano. As montadoras chinesas, incluindo Hongqi e Arcfox, fabricam os veículos para o Baidu, que fornece a tecnologia. A maioria dos seus carros em Wuhan tem autonomia de “nível quatro”, o que significa que não requer intervenção humana na maioria das situações na estrada, mas pode se confundir em áreas como estacionamentos —o que pode explicar por que pede aos clientes que atravessem o calor escaldante da cidade.

A razão pela qual o Apollo Go, no entanto, ganhou tanta preferência dos passageiros é que é surpreendentemente barato. O passeio de 11 minutos do seu correspondente custou apenas 9,84 yuans (R$ 7,61). Essas tarifas são possíveis graças à generosidade da Baidu, que cobre cerca de 60% do custo de uma viagem. Isso não é sustentável. Mas, graças à queda nos custos, a empresa calcula que seus táxis suplementares em Wuhan atingirão o ponto de equilíbrio até o final do ano e terão lucro em 2025.

Os motoristas representam cerca de metade do custo total de um serviço de transporte convencional. Mas uma variedade de outras despesas associadas a veículos autônomos —desde manutenção e limpeza até e, mais importante, o software no qual eles funcionam— até agora impediram que fossem um substituto mais barato. O Baidu vê isso mudando. Em maio, ela apresentou seu veículo de sexta geração, que custa menos da metade do modelo anterior, e planeja atualizar a frota em Wuhan. À medida que o negócio se expandia, a cadeia de suprimentos aprimorada e a Baidu conseguiram expandir o objetivo de desenvolver e atualizar sua tecnologia para mais veículos.

Um grupo que não está liberado com o sucesso do Baidu são os taxistas de Wuhan. Quando questionado se os empregos dos taxistas serão afetados, um insiste que “já está apostando”. Outro motorista diz que admira os avanços tecnológicos do Baidu, mas se preocupa que seu emprego seja “roubado”. No mês passado, uma empresa de táxi na cidade publicou uma carta aberta alertando sobre a ameaça que os carros independentes representam para o emprego.

Aproximadamente 10 milhões de pessoas são empregadas como taxistas na China. Desses, cerca de 7 milhões trabalham para empresas de transporte por aplicativo, em muitos casos após perderem seus empregos em outra indústria. Não está claro o quão simpático o governo chinês será com a situação deles.

Os líderes do país estão ansiosos para obter vantagens em setores econômicos emergentes. Os funcionários locais já estão competindo por negócios. Em junho, a cidade de Pequim elaborou um novo conjunto de diretrizes para a condução que o HSBC, um banco inglês, diz que tornará a regulamentação da indústria mais “transparente e previsível”.

Em outros lugares, os esforços para desenvolver táxis-robôs estagnaram. No ano passado, a General Motors, uma montadora americana, suspendeu as operações no Cruzeiro, sua empresa de táxis independentes, depois que um de seus carros feriu um pedestre em São Francisco, levando a Califórnia a revogar sua licença para operar no estado. Em 23 de julho, ela disse que relançaria o serviço em Dallas, Houston e Phoenix, mas com um supervisor humano no veículo.

No mesmo dia, a Tesla, gigante americana de veículos elétricos, disse que adiaria a revelação de seu táxi-robô de agosto para outubro. Em maio, o governo chinês ofereceu à empresa a oportunidade de testar seu serviço no país. Se o fizer, espere mais lamentações dos taxistas chineses.

Texto do The Economist, traduzido por Pedro S. Teixeira, publicado sob licença. O artigo original, em inglês, pode ser encontrado em www.economist.com



FOLHA DE SÃO PAULO

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